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quarta-feira, 6 de abril de 2011

O preço dos combustíveis no Brasil II

Mais informação.

Notem que a Petrobrás entrega a gasolina tipo A (sem adição de etanol) a R$ 1,00 o litro. 

O incremento no preço ocorre com o transporte, distribuição e lucro dos revendedores, além dos impostos estaduais.

Veja abaixo:



TATIANA FREITAS - 06/04/2011 - 15h36 - Atualizado às 17h07
DE SÃO PAULO

O presidente da Petrobras, Sergio Gabrielli, disse hoje que, se os preços do petróleo no mercado internacional permanecerem no atual patamar, a estatal terá de reajustar os valores praticados no mercado interno.

"Caso se configure uma estabilização do petróleo no mercado internacional, nós vamos ter de alterar os preços do petróleo no Brasil e, consequentemente, os preços de derivados de derivados no Brasil", afirmou Gabrielli, após encontro com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, no Palácio dos Bandeirantes.

Na semana passada, o diretor financeiro da Petrobras, Almir Barbassa, havia dito que a estatal não faria qualquer alteração no preço da gasolina devido à volatilidade do preço do barril de petróleo no mercado internacional.

"Não há perspectiva de mudança no preço da gasolina porque ainda não temos essa situação [do Oriente Médio] definida", disse o diretor ao sair do Fórum Econômico Brasileiro, organizado pela Bloomberg, em São Paulo, no dia 29 de março.

Gabrielli ponderou hoje, no entanto, que ainda não está clara a direção da commodity no mercado externo.

"Não está muito claro se os preços serão estabelecidos neste patamar", disse.

Gabrielli comentou que o petróleo tipo "Brent", ontem cotado a US$ 120 o barril, há dois meses estava a US$ 100. "É uma variação [de 20%] muito grande", disse.

MESMO PREÇO
Ao mesmo tempo, ressaltou o executivo, a gasolina tipo A (sem adição de álcool) vendida na refinaria da Petrobras está com o mesmo preço desde maio de 2009.

"Não houve alteração alguma. O valor está em torno de R$ 1 o litro", garantiu.

Já a gasolina que chega ao consumidor --com adição de até 25% de álcool-- subiu, nos últimos meses, porque a comercialização envolve o distribuidor, o preço do álcool e impostos estaduais, disse Gabrielli.

Questionado sobre o tempo necessário para avaliar quanto tempo a Petrobras precisa para saber se irá reajustar o preço da gasolina ou não, Gabrielli disse que "tudo depende da volatilidade, nunca é possível responder a essa pergunta".

IMPORTAÇÕES
A Petrobras teve de recorrer ao mercado internacional para atender ao aumento do consumo de gasolina no Brasil, após a disparada dos preços do álcool. Segundo Gabrielli, um carregamento com gasolina chega ao país no próximo dia 15. Caso a demanda continue crescendo, a estatal deverá importar mais.

"A carga que chega no dia 15 é uma carga de reserva para analisar o comportamento da demanda. Se ela continuar crescendo, já estamos no limite da capacidade de produção e teremos de importar mais", afirmou Gabrielli.

Mas o executivo ponderou que isso poderá não acontecer caso a oferta de etanol aumente até lá e o seu preço caia, o que pode provocar uma retração na demanda por gasolina.

fonte:

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No Estadão:


Segundo a consultoria Airinc, a carga tributária no país representa 57% do litro do combustível
15 de abril de 2011 | 17h 55

RIO - A taxação da gasolina no Brasil cria distorções com relação ao seu preço e faz com que o combustível, apesar de sair da refinaria da Petrobrás 25% mais barato do que de uma refinaria americana, chega ao consumidor muito mais caro do que qualquer posto de combustível das Américas.

A carga tributária no país representa 57% do valor do litro do combustível, uma das mais altas do mundo, perdendo apenas para os países europeus, onde a política de desestímulo ao uso de carros puxa para 70% o tributo sobre a gasolina.

De acordo com estudo realizado pela Airinc, consultoria norte-americana especializada em preços globais, o preço da gasolina na capital paulista é de US$ 1,73, valor 70% maior do que em Nova York, ou 105% maior do que na Rússia, um dos grandes países emergentes que integram o grupo Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).

A pesquisa feita considera cotação da moeda norte-americana em R$ 1,67. Sendo assim, o preço médio do litro do combustível derivado do petróleo na Capital paulista foi de R$ 2,89.

No ranking das Américas, preparado pela consultoria, o Brasil possui o maior preço entre seus vizinhos, todos com taxações menores, a exceção da Venezuela, onde os fortes subsídios de Hugo Chávez, fazem com que o país, onde o litro da gasolina custa US$ 0,01 seja o mais barato do mundo.

Neste ranking mundial, países com reservas gigantescas, como a Arábia e a Líbia, estão entre os que apresentam o preço mais baixo do mundo, respectivamente com US$ 0,110e US$ 0,14. Na outra ponta, os mais caros do mundo são a Turquia, com o litro da gasolina custando US$ 2,54 e a Eritéia, país africano que vive em conflito com sua vizinha Etiópia, e cobra pelo litro US$ 2,53.

Nas Américas, atrás do Brasil estão o Chile US$ 1,57, Cuba (US$ 1,35) e Canadá (US$ 1,31). No Brics, o Brasil também lidera o ranking: China cobra US$ 1,11; Índia US$ 1,26 e a recém-incluída África do Sul, US$ 1,27.

"Os impostos sobre a gasolina no Brasil sempre estiveram lá em cima", lembra o diretor jurídico do Sindicato Nacional das Distribuidoras de Combustíveis.

Além do PIS/Confins, que representam cerca de 20% do total dos tributos que incidem sobre a gasolina, há ainda o ICMS, determinado pelas secretarias de Fazenda de cada estado, e ainda a Contribuição por Intervenção de Domínio Econômico (Cide), criada em 2001 como colchão para amortecer eventuais aumentos que o combustível tivesse ao acompanhar o mercado internacional.

De lá para cá, o governo utilizou o mecanismo por três vezes. A primeira, em 2008 para anular o impacto no preço ao consumidor - e consequentemente na inflação - de alta repassada pela Petrobrás. A segunda no ano seguinte para retomar sua arrecadação, quando a Petrobrás reduziu o preço do combustível, também acompanhando o preço no mercado internacional. A terceira no ano passado, quando houve começou a escalada de preços no valor do etanol - que é acrescido à gasolina na proporção de 25% do litro.

Por conta da alta no preço do barril do petróleo que vem sendo verificada desde janeiro, e a pressão do governo para que a Petrobrás não repasse esta oscilação para seus preços - o que teria forte impacto na inflação - já existem estudos para que a Cide seja mexida novamente.

Porém, o diretor do Sindicom lembra que tem ficado nas mãos dos estados federativos as maiores oscilações registradas frequentemente. Isso porque a cada alta do preço do etanol, as secretarias de Fazenda alteram a base de cálculo do ICMS, o que puxa o preço na bomba ainda mais para cima.

Há ainda alguns estados, como Rio Grande do Norte e Minas Gerais que aumentaram o porcentual de cobrança de ICMS sobre a gasolina este ano, de 25% para 27%.

De acordo com o diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), Adriano Pires, esta distorção atinge o consumidor, mas não remunera adequadamente a Petrobrás. A companhia tem os preços do diesel e da gasolina, que representam 60% de suas vendas, defasados em 11% e 23% em relação ao mercado americano de referência. Ou seja, o valor da gasolina sai da refinaria no Brasil custando R$ 1,00, portanto, 23% menor do que o valor da gasolina na refinaria americana. "Em média, os Estados Unidos embutem em torno de 20% de impostos no preço", destaca o consultor. Segundo estimativas do CBIE, por não repassar a alta do barril para seus preços no mercado interno, a Petrobrás já deixou de receber cerca de US$ 1 bilhão desde janeiro.

A Fecombustíveis (Federação Nacional de Revendedores de Combustíveis) estima que se a defasagem da gasolina fosse repassada na íntegra para o consumidor, o preço chegaria 7% mais caro na bomba. parceiros comerciais do Brasil.

http://economia.estadao.com.br/noticias/economia,gasolina-em-sp-custa-70-mais-que-em-ny--diz-estudo,not_63104,0.htm

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