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quarta-feira, 30 de março de 2011

O terrorismo em torno da inflação, fenômeno "sazonal" da grande imprensa

Periodicamente encontramos reportagens recicladas, apenas com dados atualizados, mas com mesmo conteúdo. Isto é comum em política, economia, por ocasião das páscoa, natal, etc.

No caso da economia brasileira, o monstro da inflação, ou melhor, da hiperinflação corroeu durante muitos anos os salários, e portanto, sempre limitando o poder de compra dos assalariados.

Em função da errônea ideia de que o Plano Real acabou com a inflação no Brasil, quando alguém pretende falar mal do Governo Federal, seja ele qual for (não defendo partidos políticos), basta utilizar os dados da inflação e pronto, logo aparecem leitores com a sua "própria" opinião, aquela que o meio de comunicação queria formar.

Isto porque a inflação existe, o que não mais existe é a hiperinflação. A inflação existe e sofre variações sempre, um pouco para baixo, um pouco para cima, isto é normal. Mas para quem não percebe isto, não importa, se subiu, o país está quebrado!

Também pode haver um interesse do "mercado" em divulgar projeções de aumento de inflação, a fim de dificultar a vida da equipe econômica do Governo, em função da repercussão na mídia de tais projeções, cujos dados e critérios muitas vezes não são apresentados, e quando são, não é praxe da mídia apresentar as fontes, como também não é costume os leitores exigirem e analisarem as mesmas. Assim formam-se as "opiniões".

Veja por exemplo as seguintes reportagens:


Folha de SP - 30/03/2011:
O aumento dos preços já está corroendo os ganhos salariais dos brasileiros.
Apesar dos fortes reajustes conquistados no ano passado pelos trabalhadores, o rendimento real médio ficou menor no país nos últimos meses, passando de R$ 1.563,88 em outubro para R$ 1.540,30 em fevereiro, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
A queda acumulada é de R$ 23,58, ou 1,5%, maior perda em dois anos, aponta relatório do Itaú. De acordo com levantamento do Dieese, 89% dos reajustes salariais do ano passado tiveram aumento acima da inflação.
    Mas, na avaliação do economista do Santander Cristiano Souza, como houve uma aceleração da inflação no fim do ano passado, "os aumentos reais podem não ter sido tão grandes assim".
     Ele observa que, durante as negociações de 2010, a inflação acumulada em 12 meses estava em cerca de 5%. A partir de outubro, a alta de preços se acentuou e levou a taxa a 5,9% em dezembro.
     "Esse 0,9 ponto percentual faz diferença: o consumidor perdeu poder de compra. Houve uma surpresa inflacionária", ressalta o economista do Santander.
     Atualmente, o IPCA --índice oficial de inflação-- está acumulado em 6,01%, e a projeção do mercado é de que baterá 7% em agosto.
Segundo Souza, existe um risco de essa perda de rendimento real alimentar mais a inflação, pois os trabalhadores tendem a pressionar por reajustes salariais altos, que recomponham a queda do poder de compra.
     O sucesso dessa demanda dependerá da escassez de mão de obra em cada setor e do otimismo do empresário com a economia. Se a percepção for de que o consumo interno permanecerá forte, ele tende a conceder o aumento e repassar a alta de custos para os preços finais.
     "Os trabalhadores vão buscar reajustes maiores, e as principais negociações acontecem no terceiro trimestre, justamente quando a inflação vai estar no pico", observa Carlos Thadeu Filho, economista sênior da Franklin Templeton.
REGIÕES
     Das seis regiões metropolitanas pesquisadas pelo IBGE, quatro registraram queda no rendimento real de outubro a fevereiro. As maiores perdas, de 11%, foram em Recife e Salvador.
     Além do efeito da inflação, as duas metrópoles também tiveram forte decréscimo dos salários nominais, na faixa de 8%, em igual período.
     "Essa queda é consequência do aumento da contratação de temporários no fim do ano e nas férias. Esses profissionais costumam ganhar menos", disse o coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo.
     Em São Paulo, onde a contração do rendimento real começou um mês antes, a perda acumulada é de 2,14%.

Fonte:


Estadão - 17/04/2010
Consumo cresce em ritmo chinês, surpreende e pressiona juros
A demanda dos brasileiros - que inclui consumo das famílias, gastos do governo e investimentos das empresas - está crescendo em ritmo chinês. O desempenho surpreendeu a maioria dos analistas e deixou o mercado de juros nervoso. Bancos e consultorias já projetam uma alta maior da taxa básica de juros (Selic) na reunião de abril do Comitê de Política Monetária (Copom).
No segundo semestre de 2009, a demanda doméstica já crescia a uma taxa anual de 10,5%, de acordo com levantamento do ex-diretor do Banco Central (BC) e economista-chefe do Santander Brasil, Alexandre Schwartsman. A série elaborada por ele revela que é o ritmo mais forte em 15 anos.
Segundo especialistas, tudo indica que, no primeiro trimestre de 2010, o crescimento manteve a mesma toada, na pior das hipóteses. Mas há quem diga que estaria hoje ao redor de 13% ao ano, similar ao chinês - de janeiro a março, a demanda doméstica da China cresceu 13,1%.
Por isso, nas últimas semanas, muitas instituições revisaram para até 7% a projeção de crescimento do PIB em 2010. Antes, trabalhavam com uma expansão de 5% a 5,5% da economia.
Consumo. Segundo cálculos da consultoria MB Associados, serão despejados na economia este ano R$ 244 bilhões a mais em consumo e investimento. As famílias vão consumir R$ 141 bilhões a mais, a administração pública vai elevar os gastos em R$ 34 bilhões, e as empresas vão investir R$ 68 bilhões mais. Em todo o governo Lula, o consumo das famílias cresceu cerca de R$ 500 bilhões - o que ajuda a explicação a sensação de bem-estar e a popularidade do presidente.
As projeções do mercado são que a demanda doméstica deve crescer 10% este ano. Se isso ocorrer, existe uma chance do consumo dos brasileiros terminar o ano em ritmo mais acelerado até que na própria a China.
Para a consultoria Dragonomics, com sede em Pequim, a demanda doméstica chinesa vai subir 9% em 2010. Janet Zhang, economista da instituição, diz que o investimento vai desacelerar, porque o governo está retirando os estímulos fiscais, para minimizar os riscos de formação de bolhas e pressões inflacionárias.
No Brasil, essa desaceleração ainda não está clara. "Depende de alguns fatores", diz Schwartsman. O primeiro deles é o efeito ainda incerto do aperto dos depósitos compulsórios promovido pelo BC no fim de fevereiro.
O economista lembra que as vendas de alguns produtos, como automóveis, permaneceu elevada mesmo após a retirada dos incentivos fiscais.
Outra questão que deixa o cenário confuso é o comportamento dos bancos públicos - Banco do Brasil, Caixa e BNDES - na concessão de crédito. No auge da crise, o governo abriu a torneira dessas instituições.
O sócio da MCM Consultores e também ex-diretor do BC, José Júlio Senna, afirma que qualquer recuperação acelerada, em formato de "V", de uma economia é sucedida por um período de desaceleração. "Seria normal que houvesse um desaquecimento no Brasil depois da retomada, mas isso não está acontecendo."
A combinação de confiança revigorada dos empresários (que estimula o investimento), contratações de funcionários, renda em alta e crédito abundante tem impulsionado a demanda. "O ano começou muito forte", diz Júlio Callegari, economista do JP Morgan, que, nesta semana, elevou a projeção de expansão do PIB para 7%.
No primeiro bimestre, a produção industrial cresceu 12,3% em relação a igual período do ano anterior. No varejo, a alta foi de 17,2%. Alguns indicadores, como o de vendas de carros, consumo de energia elétrica e fluxo de veículos, apontam desempenho excepcional para a indústria e o varejo em março.
No mês passado, o País gerou o recorde de 266,4 mil postos de trabalhos. Uma pesquisa da Serasa Experian mostrou que a demanda por crédito no País em março bateu recorde.
Gargalos. Os investimentos devem crescer entre 18% e 19% neste ano. Mas os analistas alertam que serão insuficientes para reduzir a pressão inflacionária de curto prazo, porque demoram para maturar. "Neste momento, investimento é mais demanda", diz o economista-chefe da MB Associados, Sérgio Vale.
Segundo os especialistas, uma expansão acima da capacidade provoca dois problemas: inflação e/ou um estouro do déficit das contas externas. "Este ano, o País está consumindo os fundamentos da economia. O problema é 2011", diz o economista-chefe da Corretora Convenção, Fernando Montero.
A similaridade do padrão de demanda do Brasil com a China acendeu uma luz amarela. "A China pode consumir 10% a mais sem dificuldade. O Brasil, não", acredita Vale. 

Fonte:
http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20100418/not_imp539722,0.php


Sobre as projeções dos bancos privados e consultorias:


G1 - 18/04/2010
Na sexta-feira, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, criticou essas projeções que, segundo  ele, apontem “o desejo de alguns de influenciar em uma elevação dos juros maior do que o necessário”, afirmou. Segundo o ministro, a estimativa é de que a economia brasileira cresça entre 5,5% e 6% este ano.
Fonte:
http://g1.globo.com/economia-e-negocios/noticia/2010/04/consumo-cresce-em-ritmo-chines-e-pressiona-juros.html

G1 - 16/04/2010
O ministro também mandou um recado para os setores que querem se antecipar a correções sobre margens de lucro e aumentar os preços. Disse que o governo agirá com aqueles que fizerem “elevações não fundamentadas”.
“Os preços estão subindo porque a economia está mais aquecida esse ano. Tivemos problemas excepcionais de chuva, a alimentação puxou [os preços]. Não podemos projetar a inflação do início do ano para o resto do ano. É equivocado fazer isso, não podemos nos precipitar. Temos que ficar mais vigilantes para que não haja contágio desses preços sobre outros preços. Por exemplo, setores que já querem se antecipar em corrigir margens mesmo antes que ocorram elevações”, disse aos jornalistas.
Fonte:
http://g1.globo.com/economia-e-negocios/noticia/2010/04/crescimento-de-7-no-pib-e-exagero-diz-mantega.html


Brizola Neto - Tijolaço - 29/03/2011
Os chantagistas dos juros ameaçam com inflação
Hoje, no Valor, há uma matéria que põe a nu como são construídas as tais “expectativas de mercado”.
Diz o repórter fernando Travaglini:
“As expectativas de inflação dispararam na última semana. A piora das projeções de economistas e analistas que respondem ao Boletim Focus, do Banco Central (BC), veio depois de importante discurso feito pelo presidente do BC, Alexandre Tombini, no Senado, indicando que pode adotar novas medidas macroprudenciais, mas que os juros não devem subir além do encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) de abril.”
Ou seja, o “mercado” quer juros, senão passa a prever inflação.
É claro que houve aumento de preços. E início do ano é mesmo (ainda) uma época em que eles acontecem com mais força.
É o período dos aumentos de transportes, de mensalidades escolares e em que os produtos alimentícios costumam sofrer as consequências de fenômenos naturais, como chuvas e/ou excesso de calor. Transportes e alimentação são 44% da estrutura do IPCA.
E há outro grande peso no índice. Em fevereiro, quando o índice foi de 0,8% (contra 0,78% de fev/2010), metade do índice veio do Educação, com alta de 5,81%. Como, aliás, aconteceu em 2010, 2009, etc, etc…
A inflação dos dois primeiros meses de 2011 teve exatamente o mesmo comportamento de 2010. Somou 1,64%, bem pouco acima dos 1,54% do ano anterior. Para você comparar, este índice em 2009 tinha sido bem menos, 1,03%,  e fizeram o mesmíssimo escarcéu.
O IPCA-15, uma espécie de prévia do índice oficial, divulgado semana passada, registrou queda de 0,97% para 0,60%. O resultado final de março deve ficar bem próximo do obtido ano passado: 0,52%, talvez um pouco acima pelo fato de, este ano, o carnaval ter sido em março e, com isso, o eleve um pouco.
Como os “terroristas de mercado” se repetem, peço licença aos amigos leitores para repetir também um trechinho do comentário que fiz, também há um ano, sobre essa jogada.
“Para legitimar o apetite pela remuneração do capital, que são os juros, é preciso criar o terror. O nome do terror é inflação.
Passamos o primeiro semestre ouvindo os comentaristas e analistas econômicos repetindo isso. O tal boletim Focus, do Banco Central, onde os bancos projetam suas expectativas de inflação e juros futuros, ganhou ares de Oráculo de Delfos.
Se eu quisesse paracer um “economista bacana”, poderia dizer que isso era um wishful think, que traduzido livremente seria algo como chegar a uma conclusão baseado, essencialmente, na sua própria vontade de que aquilo aconteça.
Por isso, faz tempo que eu venho escrevendo aqui (e aqui, já em janeiro [de 2010])  que não há nenhuma explosão, nem mesmo a inflacionária, que usam como pretexto para seus apetites. é certo que há inflação, mas eu acho que se contam nos dedos de uma só mão os exemplos na história onde houve crescimento econômico acompanhado de deflação ou estabilidade total nos preços).”
O jogo, como se vê, é antigo. Mas os objetivos, agora, são novos: ver se criam, com o terror, a queda da equipe econômica de Dilma. Mas se enganam redondamente. A Presidenta, que já mostrou que não tem medo de cara feia e conhece melhor do que ninguém essa turma, não vai alterar seu pulso com essa manobra.
Fonte:
http://www.tijolaco.com/os-chantagistas-dos-juros-ameacam-com-inflacao


Brizola Neto - Tijolaço - 10/08/2010
"Mercado" falava em inflação mas só queria juros
“É melhor subir logo a taxa de juros, porque se atua rapidamente para conter a inflação e é possível parar o movimento de alta logo. Como este ano é político, as pressões sobre o Banco Central aumentam – é bom lembrar que sempre existiram, mas que, em alguns momentos, ficam mais explícitas, mas ele tem decidido com autonomia a trajetória dos juros. A pressão inflacionária está muito forte. Neste começo de ano, a inflação ficou muito maior em todos os índices. Algumas razões dessa alta são sazonais, como os reajustes escolares, mas realmente deu um salto. As projeções estão acima da meta e os sinais de crescimento econômico são fortes.”
O comentário acima, de março deste ano, é de Miriam Leitão mas, justiça seja feita, era repetido por todos os “grandes” comentaristas de economia. Era o pano de fundo sobre o qual ocorreram as (vitoriosas) pressões pelo aumento da taxa de juros.  A inflação ia passar de 6% ao ano, estava fora de controle, assim diziam os “gênios do mercado”.
O humilde amigo aqui, dizia, já no final de janeiro que as tais pressões inflacionárias vinham especialmente das altas dos alimentos e dos reajustes de tarifas e preços – caso dos ônibus e das mensalidades escolares – que nada tinham a ver com a taxa de juros do BC estar alta ou baixa. ” É lobby pelos juros, nada mais.Não há pressão inflacionária alguma que seja significativa e projetável no tempo. O terrorismo econômico é uma arma, pura e simplesmente, para ganhar mais dinheiro. O medo da inflação é o que usam para isso”.
Estamos em agosto, saíram os índices de inflação de julho: 0,01% pelo IPCA, que serve para a taxa oficial de inflação. Repetiu junho, quando fora de zero. O INPC, que mede a variação dos preços para famílias com renda de um a seis salários mínimos, foi, de novo, negativo: -0,07%, ante -0,11% no mês de junho. O acumulado do ano está um nada acima do mesmo período de 2009 e, considerados os 12 meses corridos, fica até abaixo.
Mas os juros subiram. Ficou mais difícil investir e mais difícil empregar, embora nem assim os números nestes setores sejam desanimadores. Mas já não há euforia. Euforia mesmo é a dos financistas que ganharam mais 2% sobre o Tesouro – nós – sem que seja provável que nem um pedacinho disso lhes seja comido pela inflação.
Os terroristas da economia, a turma que tem saudades do FHC, sabem que o medo é sua arma.
Fonte:
http://www.tijolaco.com/mercado-falavam-em-inflacao-mas-so-queria-juros




Brasil mais atrasado que a África, diz Joseph Blatter (FIFA)

O título não deixa claro o "atraso" do Brasil em relação à Africa do Sul, mas lendo o texto:

GENEBRA - O presidente da Fifa, Joseph Blatter, criticou duramente o Brasil pela "falta de avanço real" na preparação para a Copa de 2014. Segundo Blatter, o Brasil está mais atrasado que a África do Sul antes da Copa de 2010.
Joseph Blatter ainda alertou para falta de pressão da CBF
"A copa é amanhã e os brasileiros acham que ela é depois de amanhã", disse o presidente da entidade máxima do futebol. Blatter alerta que existe o risco de que nem o Rio de Janeiro e nem São Paulo estejam preparados para receber jogos da Copa das Confederações em 2013.
Segundo ele, existem dois problemas principais no Brasil, o primeiro é a briga política entre governadores e prefeitos. "Isso tem de superado rapidamente", diz. O outro problema é a falta de pressão da CBF sobre as autoridades.
(grifos nossos) Fonte:
http://www.estadao.com.br/noticias/esportes,brasil-mais-atrasado-que-a-africa-diz-joseph-blatter,698257,0.htm

e como sempre o Governo Federal é o culpado, na "opinião pública".

Como a educação é tratada pelo setor privado no Brasil

Acharam o título estranho? Não deveria ser "setor público" ao invés de "setor privado"?

Bem, já estamos cansados de ouvir reclamações sobre o tratamento dado ao ensino público, embora precisamos analisar estas declarações com algum discernimento. Afinal, é uma generalização exagerada, em nossa opinião, simplesmente dizer "o ensino público no Brasil é ruim, péssimo". 

Isto porque o ensino público Federal é em geral de boa qualidade (médio e universitário), além dos professores federais, em geral, receberem melhores salários do que aqueles pagos por governos estaduais.

Na maioria das vezes o problema da educação no Brasil é por conta de governos estaduais e municipais, em função do pouco comprometimento de sucessivos governos com este assunto, desvios de verbas, etc. O problema não é falta de dinheiro, ele existe, mas é mal empregado e/ou desviado.

E o que isto tudo tem a ver com o setor privado? Por setor privado, neste texto, não nos referimos às escolas privadas, dada sua natureza, mas às demais empresas privadas como também pessoas físicas que podem dar sua contribuição.

Muitos certamente irão protestar: "mas isso é dever do Estado, não do setor privado".

Um exemplo, nos EUA há milionários que doam dinheiro para instituições de ensino e institutos de pesquisa, concedem bolsas de estudo/pesquisa ou simplesmente abrem universidades. Muitas empresas atuam em conjunto com universidades, sejam públicas ou privadas, porque todos entendem que isto é importante para o país, além dos benefícios para os empresários.

E como é no Brasil? É fácil perceber que o mencionado no parágrafo anterior praticamente não existe no Brasil, com excessão de pouquíssimas empresas que trabalham em conjunto com algumas universidades.

Para melhor exemplificar a situação no Brasil, cito um texto encontrado no blog "Tijolaço" do Brizola Neto, (que por herança familiar, não deixa de dar suas alfinetadas na Globo, embora as vezes com alguma razão):
"Mais cedo postei o artigo (insuspeito, de um dirigente de banco multinacional) falando do peso da educação no desenvolvimento chinês.
Agora, antes de almoçar, leio uma matéria que seria irônica, se não fosse trágica.
E, também, no insuspeitíssimo O Globo.
É que o blog do Big Brother, certamente por distração de seus mentores, publica a seguinte informação:
“Na quarta-feira, 30 de março, existirão 169 ex-integrantes do “Big Brother Brasil”. Um número que chama atenção ao ser posto, lado a lado, ao de profissionais com carteira assinada em algumas atividades regulamentadas pelo Ministério do Trabalho: hoje, no Brasil, existem 18 geoquímicos, 34 oceanógrafos, 77 médicos homeopatas e 147 arqueólogos, entre outros ofícios. No entanto, na mesma quarta, alguém estará R$ 1,5 milhão mais rico (ou menos pobre, dependendo do ponto de vista), e não será um desses trabalhadores.”
Pois é. Mas o que o “brother” vai ganhar é nada, perto do que a Globo fatura. Ano passado foram R$ 300 milhões; em 2011, estima-se, R$ 400 milhões. E fatura porque as grandes empresas pagam para patrocinar.
Não tenho notícia de uma grande empresa patrocinando uma Universidade. Não tenho notícia de uma multinacional investindo na formação de oceanógrafos, ou de arqueólogos, ou de homeopatas, ou geoquímicos.
Nem vejo os nossos gloriosos colunistas dizendo que as empresas devem ter uma função social, como prevê, desde 1946, a nossa Constituição.
Nada contra as moças e rapazes que estão ali tentando um lugar ao sol que, em nosso país, durante décadas, nos acostumamos a não merecer pelo estudo, pelo trabalho, pela austeridade. “Faz parte”, como dizia o bordão de um ex-”brother”.
Mas tudo contra o império do interesse comercial moldando, a seu bel-prazer, um comportamento social marcado pela competição a qualquer preço, pelo exibicionismo, pelo vazio, para embolsar milhões.
Sempre é bom repetir o que diz o artigo 221 de nossa Constituição:
A produção e a programação das emissoras de rádio e televisão atenderão aos seguintes princípios:
I – preferência a finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas;
II – promoção da cultura nacional e regional e estímulo à produção independente que objetive sua divulgação;
III – regionalização da produção cultural, artística e jornalística, conforme percentuais estabelecidos em lei;
IV – respeito aos valores éticos e sociais da pessoa e da família.
É por isso que quando a Globo fala em princípios, em educação, em trabalho honesto, em respeito ao ser humano, o cheiro da hipocrisia se espalha no ar."


É interessante a comparação, como também é interessante notar o endereço do blog do BBB11:

http://oglobo.globo.com/cultura/bigblog/posts/2011/03/27/com-fim-do-bbb-11-numero-de-ex-participantes-chega-169-371111.asp

está alocado, e caracterizado, dentro do diretório "cultura"!

Nota-se neste texto e em outros exemplos, como o setor privado trata a educação no país, virando as costas para ela.

Imagine se a Vale investisse no país tanto quanto o faz a Petrobras - suas parcerias com universidades,  pesquisas em energias alternativas (além do petróleo), desenvolvimento de tecnologia, recursos humanos, etc. A Vale precisa lucrar, afinal, como pagar 1 milhão por mês para cada diretor?

Guilherme Barros - iG (30/03/2011)
Com a saída da presidência da Vale, Roger Agnelli terá uma perda substancial em seus rendimentos. Além de dois aviões Citation, um deles comprado recentemente, e de um helicóptero, o executivo deixará de receber R$ 16 milhões por ano, valor que compreende salários e bônus pagos pela mineradora.
Os outros oito principais executivos que compõem a diretoria da Vale ganham cerca de R$ 78 milhões por ano.  
Brizola Neto - Tijolaço (29/03/2011)
http://www.youtube.com/watch?v=9XDEJ9S4unY
Posto aí em cima o vídeo da fala que proferi, agora há pouco no plenário da Câmara, tornando pública a vergonha que, a partir da informação de Paulo Henrique Amorim, tive a sorte de encontrar documentada: a Vale paga salários de R$ 1 milhão por mês – isso mesmo, R$ 1 milhão – a seus executivos e, como isso é uma média, certamente o sr. Roger Agnelli embola bem mais que isso, para adotar uma política de sangria desatada de exportação de minérios que pertencem ao povo, não investir em siderurgia e encomendar lá na China os navios que vão transportar, mundo afora, nosso ferro.
Onde está a mídia moralista, que faz escândalos – e alguns justos – quando uma empresa estatal tem salários mais elevados e não vê estes, 30, 40, 50, cem vezes maiores?
Quem vai escrever colunas sobre os marajás de Carajás? 
Ver também aqui.

E dos muitos milionários que há no país, quantos doam generosas quantias para universidades e centros de pesquisa? Quantos abrem universidades e concedem bolsas para estudantes e pesquisadores?

Isto é sub-desenvolvimento. O país é dominado por uma mentalidade terceiro-mundista, problema também presente entre aqueles com enorme poder financeiro, e que supostamente deveriam ser os mais instruídos do país.

Ainda estamos longe do "desenvolvimento"...

terça-feira, 29 de março de 2011

Salários nos três poderes e no setor privado

O “bocão” de Agnelli na Vale. Mais de R$ 1mi por mês
http://www.tijolaco.com/o-bocao-de-agnelli-na-vale-mais-de-r-1mi-por-mes


Após criticar rombo, governador do RS cria 500 novos cargos
http://www1.folha.uol.com.br/poder/895179-apos-criticar-rombo-governador-do-rs-cria-500-novos-cargos.shtml

(Quanto ganham?)
Juízes federais decidem fazer paralisação de um dia em abril
http://www1.folha.uol.com.br/poder/894993-juizes-federais-decidem-fazer-paralisacao-de-um-dia-em-abril.shtml

resposta aqui:
http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,por-reajuste--juiz-quer-que-stf-atropele-congresso,698540,0.htm

Para onde vai o dinheiro do SUS

O problema do SUS não é falta de dinheiro, é a corrupção. O Governo Federal repassa o dinheiro para Estados e municípios, mas parte da grana desaparece pelo caminho.

Falta fiscalização!

E para onde será que vai esse dinheiro em ano eleitoral?


Do blog do Jozias (27/03/2011):

Em quatro anos, desviaram-se do SUS R$ 662,2 mi

Entre 2007 e 2010, período do segundo reinado de Lula, desviaram-se do Fundo Nacional de Saúde, que provê verbas ao SUS, R$ 662,2 milhões.

A cifra não vem de nenhum levantamento da oposição. Consta de relatórios de apuração feita pelo próprio Ministério da Saúde e pela CGU.

Deve-se a revelação ao repórter Roberto Maltchik. Ele informa que o dinheiro malversado daria para erigir 1.439 unidades básicas de saúde e de 24 UPAs (Unidades de Pronto-Atendimento).

Pagaria um ano de salários –incluindo o 13º— de 1.156 equipes do Saúde da Família.

Convertida em procedimentos médicos, a grana custearia 1,21 milhão de cesarianas. Ou 1,48 milhão de cirurgias de hérnia.

Considerando-se a capacidade investigatória do governo, a soma dos desvios deve ser muito maior.

Nos últimos quatro anos, Brasília repassou a Estados e municípios R$ 159,13 bilhões. Desse total, apenas R$ 4 bilhões (2,5%) foram esquadrinhados. Um recorde, segundo a CGU.

Criado em 1990, o SUS deveria dispor de um Sistema Nacional de Auditoria. Porém, o tal sistema de auditagem não existe senão no papel.

O Estado campeão em desvios é o Maranhão dos Sarney. Acumula um buraco de R$ 75,4 milhões.

As novidades vêm à superfície num instante em que governadores e o Planalto ruminam a ideia de recriar um tributo análogo à CPMF, extinta em 2007.

Fica claro que, antes de levar a mão ao bolso da bugrada, que financia a bilheteria, o Estado precisa colocar ordem no circo.

Fonte:
http://josiasdesouza.folha.blog.uol.com.br/arch2011-03-01_2011-03-31.html#2011_03-29_00_20_36-10045644-0

A estreita "banda larga" no Brasil e a real banda larga no exterior

Quando você vive ou viaja por um tempo em outros países você começa a perceber o que tem de melhor e pior no seu país, ou, o que funciona e não funciona em seu país, comparando com estes países. Você percebe a diferença nos serviços, nos preços, etc.

Os serviços de telefonia e internet são básicos atualmente. É interessante reportarmos essas diferenças para que aqueles que nunca utilizaram-se de outro serviço diferente daquele que é ofertado no país, possam ter uma ideia.

Um breve exemplo é o da reportagem abaixo, mas vamos complementar estas informações a fim de levar ao público como nós brasileiros somos tratados pelas empresas de telefonia, e como os cidadãos dos países de origem destas empresas são tratados pelas mesmas.

Banda larga no Brasil é mais cara e pior, aponta estudo (29/03/2011)

Estudo divulgado ontem pela Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro) constata que as empresas brasileiras ainda pagam um serviço de banda larga mais caro e de pior qualidade que suas concorrentes dos países desenvolvidos.

Esse quadro permanece, apesar da queda de preços registrada nos últimos dois anos, diz o estudo.
A conexão à internet em banda larga, por cabo, com velocidade de 1 Mbps custa, no Brasil, R$ 70,85 mensais, em média (US$ 42,73).

O mesmo serviço custa US$ 9,30 mensais (R$ 15,41) na Alemanha, US$ 12,40 (R$ 20,55) em Taiwan, US$ 28,60 (R$ 47,40) no Canadá, US$ 36 (R$ 59,66) na Suíça e US$ 40 (R$ 66,29) nos Estados Unidos, diz o estudo.

MINISTRO

O levantamento foi entregue ao ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, na presença dos presidentes da Oi, Luiz Eduardo Falco, e da Telefônica, Antônio Carlos Valente.
O ministro concordou que os preços são altos e disse que o governo está prestes a concluir um acordo com as teles que vai reduzir os preços e melhorar a velocidade de conexão.
"Não sou só eu. As torcidas do Flamengo e do Vasco também acham que os preços são altos", brincou o ministro Paulo Bernardo.

Para ele, as empresas podem oferecer serviço melhor e mais barato com a infraestrutura existente, e sem sofrer perdas.

O Ministério das Comunicações incluiu a expansão da banda larga na negociação do novo PGMU (Plano Geral de Metas de Universalização) da telefonia fixa, a ser anunciado em maio.
O estudo da Firjan constata que o custo médio mensal do acesso sem fio à internet, com velocidade de 1 Mbps, está em R$ 109,82 e é relativamente uniforme no Brasil.

Já o custo médio mensal de acesso fixo, por cabo, varia de R$ 57,40 por mês (em Alagoas e Espírito Santo) a R$ 429,90, no Amapá.

Para o presidente da Oi, os números da pesquisa já estariam defasados.
Chama a atenção no levantamento realizado pela Firjan o preço relativamente baixo da conexão com velocidade de 10 Mbps no Brasil (US$ 63,57 mensais, em média, ou R$ 105,40).
A mesma conexão de 10 Mbps custa mais em países desenvolvidos, como Estados Unidos (US$ 100, ou R$ 165,73), Canadá (US$ 88,9, R$ 147,33) e Reino Unido (US$ 82,9, R$ 137,39).

QUALIDADE BAIXA

Responsáveis pelas áreas de informática da Petrobras, Michelin, L'Oreal e Ipiranga criticaram a qualidade do serviço de banda larga das operadoras, durante o debate da Firjan.

A Petrobras disse que investiu na construção de redes de fibras ópticas próprias por falta de opção.

Fonte:
http://www1.folha.uol.com.br/mercado/895270-banda-larga-no-brasil-e-mais-cara-e-pior-aponta-estudo.shtml

P.S. do editor: Atente para a última frase,

"A Petrobras disse que investiu na construção de redes de fibras ópticas próprias por falta de opção."

É o cúmulo uma empresa ter que criar a sua própria rede, mas isto mostra o tamanho do problema, ou a falta de responsabilidade com o Brasil, por parte destas empresas. 

E dizem que a privatização era a salvação. 

Por exemplo: se a Vale investisse tanto no Brasil quanto a Petrobras investe (resguardadas as proporções), teríamos não apenas excelentes ferrovias, como inúmeros outros projetos receberiam investimentos e o país só teria a ganhar em infraestrutura e assim por diante.

A possível relação da Vale com a mídia

Em certos momentos a imprensa parece proteger o atual presidente da Vale, Roger Agnelli, alguns dizem ser pelo fato da Vale gastar muito dinheiro em publicidade (dinheiro em anúncios na mídia), como Brizola Neto, (baseado num post de Fernando Rodrigues, mais abaixo):

"O superblog 'Os amigos do Presidente Lula' – tocado com vigor pelo Zé Augusto e pela Helena e detestado pela Dra. Sandra Cureau – pegou no pulo o ato falho do porta-voz da  grande mídia, o Instituto Millenium (o IBAD do século 21) revelando uma parte das razões pelas quais colunistas e jornalões fizeram toda esta onda para transformar Roger Agnelli, o destronado da Vale, em vítima de um estatismo feroz.

Em artigo publicado no blog do Instituto (hospedado pela editora abril), diz-se que a substituição de Agnelli 'busca aumentar a influência do governo dentro da empresa, para, possivelmente, ocupar cargos de interesse do governo, contratar empresas próximas ao governo e, até mesmo, aumentar a influência do governo nos meios de comunicação.'

Opa! Como assim? O que tem a ver o sr. Agnelli com os meios de comunicação? A Vale é um órgão de imprensa?

Ou será que a Vale é uma mina para a imprensa?

O jornalista Fernando Rodrigues, da Folha, publicou em outubro de 2009:

'A Vale gastou R$ 178,8 milhões em publicidade nos últimos 12 meses terminados em setembro. A conta de propaganda da mineradora foi entregue a Nizan Guanaes, o marqueteiro predileto do PSDB ao longo de quase duas décadas. FHC e José Serra, entre outros, foram clientes de Nizan.'

'No mercado publicitário, R$ 178,8 milhões é considerado um valor alto. Como comparação, a marca de sabão em pó OMO consumiu R$ 141,7 milhões no mesmo período. Os dados são do Ibope Monitor. Há também um outro dado curioso: mineradoras no mundo todo não costumam fazer publicidade, pois o seu produto (minério) não é vendido ao consumidor final.'

'Esse gasto com propaganda e a escolha de Nizan foram dois fatores relevantes para que azedasse a relação entre a Vale e o Palácio do Planalto, sobretudo entre o PT e a Vale.'

No mesmo post, Rodrigues ironiza a divulgação pelo jornal O Globo de dados da Vale (parciais), dizendo que teriam sido 'só' R$ 50 milhões, de janeiro a setembro daquele ano."
(http://www.tijolaco.com/millenium-a-vale-e-uma-mina-para-a-midia)

E o post de Fernando Rodrigues:

07h23 - 21/10/2009


A Vale gastou R$ 178,8 milhões em publicidade nos últimos 12 meses terminados em setembro. A conta de propaganda da mineradora foi entregue a Nizan Guanaes, o marqueteiro predileto do PSDB ao longo de quase duas décadas. FHC e José Serra, entre outros, foram clientes de Nizan.

No mercado publicitário, R$ 178,8 milhões é considerado um valor alto. Como comparação, a marca de sabão em pó OMO consumiu R$ 141,7 milhões no mesmo período. Os dados são do Ibope Monitor. Há também um outro dado curioso: mineradoras no mundo todo não costumam fazer publicidade, pois o seu produto (minério) não é vendido ao consumidor final.

Esse gasto com propaganda e a escolha de Nizan foram dois fatores relevantes para que azedasse a relação entre a Vale e o Palácio do Planalto, sobretudo entre o PT e a Vale.

Embora privatizada, a Vale tem participação acionária robusta de fundos de pensão das principais empresas estatais federais –esses fundos são controlados de maneira rígida por pessoas ligadas ao PT. Muitos petistas enxergaram como uma afronta ao governo no atual período pré-eleitoral o gasto de R$ 178,8 milhões em publicidade e a entrega da conta a um marqueteiro “tucano”.

Não é à toa que Nizan Guanaes esteve recentemente em Brasília para conversar com Franklin Martins, o ministro da Secretaria de Comunicação de Lula. Franklin é o responsável por toda a área publicitária federal.

Essas conexões sempre complexas entre política e publicidade foram abordadas hoje na coluna Brasília, da Folha de hoje (21.out.2009). A íntegra está abaixo:

FERNANDO RODRIGUES

A Vale e a política

BRASÍLIA - A Vale ganha dinheiro explorando minério de ferro. Não há notícia de ameaça ao seu poderio em solo brasileiro. Ainda assim, a empresa se lançou com volúpia ao mercado publicitário.

Nos últimos 12 meses terminados em setembro, a Vale torrou R$ 178,8 milhões em propaganda. No mesmo período, a marca de sabão em pó Omo consumiu R$ 141,7 milhões. Os dados são do Ibope Monitor -não consideram descontos, mas são elevados em todos os cálculos e comparações possíveis.

Mineradoras pelo planeta afora praticamente não fazem propaganda. Seria jogar dinheiro pela janela.
Nenhum consumidor leva em conta ao comprar um carro se o aço foi produzido com o minério de ferro da Vale. Tanto faz.

A atitude da Vale ao fazer propaganda como se fosse uma estatal destrambelhada obedece a motivações diferentes da lógica do mercado. Há componentes políticos e empresariais envolvidos.
O aspecto empresarial é obscuro. A Vale pode argumentar com a clássica necessidade de fixar a marca.
Seria um sofisma inaplicável, pois inexiste conexão capitalista entre o lucro da empresa e as propagandas na TV. A não ser que o componente político esteja presente.

Aí vem o lado curioso. Uma empresa privada com despesas publicitárias acima de R$ 100 milhões segue as normas básicas de governança corporativa. Uma conta assim só é entregue a uma ou várias agências depois de um duro e competitivo processo de escolha.

Não se conhece a forma pela qual a Vale concluiu ser conveniente dar sua conta milionária ao publicitário Nizan Guanaes. Mas sabe-se muito bem que o nome Nizan Guanaes causa pesadelos no PT.
Nizan foi o marqueteiro preferido de tucanos, de FHC a José Serra. Todos conhecem no Brasil os vasos comunicantes entre publicidade e política. E os custos altíssimos da campanha eleitoral de 2010.

P.S.: Nizan Guanaes ficou chateado, quis saber de todo o jeito quem era a fonte deste post, muita gente mobilizada, enfim... o blog parece ter causado um problemão. Uma carta da Vale seria enviada com algumas contestações. Essa carta nunca chegou. Mas o blog gosta de dar "outros lados". Por essa razão publica, abaixo, um gráfico cedido pela Vale e divulgado no jornal "O Globo" da última quinta-feira (22.out.2009) --curiosamente, no dia seguinte à publicação deste post aqui no UOL. O quadro mostra quanto a Vale diz ter gasto em publicidade nos últimos anos. Note o internauta que este post fala em gastos nos últimos 12 meses, até setembro/09, medidos pelo Ibope Monitor. Os dados não podem ser comparados porque são diferentes. Enfim, aqui a palavra oficial:

(Repare que em 2009 são considerados apenas 9 meses
isso confunde muitos leitores, nesta informação da Vale)


A pergunta que fica é:

Se a Vale é uma mineradora, porque gastar tanto com publicidade, se o seu produto vai para empresas de siderurgia? 

Deveria sim investir nas ferrovias do país, pois tem concessão para quase metade da malha ferroviária, mas parece que isso não vem ocorrendo, veja:


Vale é acusada de atrasar o desenvolvimento do transporte de carga no país

(Por que setores da imprensa protegem tanto Roger Agnelli, o atual presidente de Vale? clique aqui)

Ferrovia gera conflito entre governo e Vale


O governo federal decidiu endurecer o jogo contra a Vale, acusada de atrasar o desenvolvimento do transporte de carga no país, informa reportagem de Dimmi Amora para a Folha (reportagem na íntegra).

A empresa tem a concessão (com subsidiárias) de 11,5 mil quilômetros da malha ferroviária do país, que é de 28 mil quilômetros, controlando os trechos que levam aos principais portos do Brasil.

Quase toda a malha do país é controlada por três grupos: Vale, CSN e ALL. Para o governo, os dois primeiros, que têm 55% da malha, usam as linhas para beneficiar seus próprios negócios em mineração e siderurgia: cobram caro pelo frete e criam dificuldades para o uso das linhas.

O presidente da mineradora, Roger Agnelli, fez na semana passada seu primeiro comentário público sobre as especulações a respeito de sua possível saída do cargo por conta de pressões políticas.

Em nota oficial divulgada pela assessoria da empresa, o executivo afirmou que "a decisão sobre a escolha do diretor-presidente da Vale compete exclusivamente aos acionistas controladores da empresa."

Fonte:
http://www1.folha.uol.com.br/mercado/895264-ferrovia-gera-conflito-entre-governo-e-vale.shtml

CSN tem lucro de R$ 450 mi no 4º trimestre de 2010

A CSN (Companhia Siderúrgica Nacional) teve lucro líquido de R$ 450 milhões no quarto trimestre de 2010, queda de 39% contra o apurado em igual intervalo do ano anterior.

A média das estimativas de cinco analistas consultados pela Reuters indicava lucro de outubro a dezembro de R$ 576,4 milhões.

A receita líquida trimestral foi de R$ 3,4 bilhões, contra cerca de R$ 3,1 bilhões no mesmo período de 2009.

As principais unidades de negócio da empresa --de aço e mineração-- responderam por R$ 2,1 bilhões e R$1,1 bilhão do faturamento de outubro a dezembro, respectivamente.

A queda no lucro líquido da CSN é explicada, principalmente, pela piora do resultado financeiro entre os trimestres de um ano para o outro. Nos três últimos meses de 2010 houve despesa financeira líquida de R$ 537,7 milhões, mais que o dobro do valor registrado um ano antes.

A CSN teve Ebitda (lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação ajustado) de R$ 1,4 bilhão no último trimestre, aumento de 18% na comparação anual. O Ebitda ajustado também desconsidera o resultado de outras despesas operacionais, "por se tratar de item não recorrente", conforme a CSN.

A margem Ebitda ajustada no quarto trimestre foi de 42%, aumento de 2 pontos percentuais sobre 2009.

No acumulado de 2010, a CSN obteve lucro de R$ 2,5 bilhões, ante R$ 2,6 bilhões em 2009. A receita líquida anual ficou em quase R$ 14,5 bilhões, crescimento de 32% sobre 2009 e um recorde para a companhia. O Ebitda ajustado em 2010 subiu 76%, para R$ 6,4 bilhões.


DA REUTERS, EM SÃO PAULO, via Folha de São Paulo:
http://www1.folha.uol.com.br/mercado/895205-csn-tem-lucro-de-r-450-mi-no-4-trimestre-de-2010.shtml

Lucro da Copel sobe 24% em 2010, para R$ 1 bilhão

A estatal paranaense de energia Copel divulgou nesta terça-feira lucro líquido de R$ 1,010 bilhão no fechado de 2010, crescimento de 24,4% sobre o ganho obtido um ano antes.

Se considerados os ajustes decorrentes da adoção do padrão internacional de contabilidade (IFRS), o lucro líquido da companhia foi de R$ 988 milhões em todo o ano passado.

A empresa não informou, no entanto, os números referentes apenas ao quarto trimestre do último ano.

A geração de caixa medida pelo Ebitda --sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação-- nos 12 meses de 2010 ficou em R$ 1,476 bilhão, queda de 6,8% sobre o ano anterior.

Já a receita líquida totalizou R$ 6,9 bilhões no acumulado de 2010, alta anual de 10,4%.

A Copel atribuiu a expansão no faturamento, principalmente, ao aumento de 7,5% na receita de fornecimento de energia elétrica, ao crescimento de 5,2% no consumo do mercado cativo, à extinção da política de desconto tarifário para consumidores que pagavam as faturas em dia e ao repasse tarifário médio de 2,46% a partir de junho de 2010.

Em todo o ano passado, as despesas operacionais da companhia atingiram R$ 5,968 bilhões, volume 14,6% superior em relação a 2009.

Enquanto isso, a empresa encerrou 2010 com endividamento consoldiado de R$ 1,985 bilhão.

A Copel informou ainda que realizou no último ano investimentos da ordem de R$ 1,027 bilhão, volume inferior ao inicialmente previsto, que era de R$ 1,343 bilhão. Para este ano, o desembolso deve ser de R$ 2,06 bilhões, sendo a maior parcela --R$ 933,3 milhões-- destinada à área de distribuição.

Fonte:

Desarmamento nuclear: Quem aceitará o desafio de Ban Ki-moon?

 Quem aceitará o desafio de Ban Ki-moon?


    NY contra a bomba nuclear


O secretário geral da ONU desafiou os países signatários do Tratado de Não Proliferação Nuclear a respeitar os compromissos de desarmamento. “Um falhanço nesse objectivo será um passo atrás”, disse.

A declaração de Ban Ki-moon foi proferida na cerimónia de abertura da conferência quinquenal através da qual os 189 países signatários do citado Tratado (TNP) deverão renegociá-lo no sentido de reforçar a segurança mundial e alcançar o desmantelamento dos arsenais nucleares. Nos termos do artigo IV do próprio TNP, as renegociações deverão ter como objectivo o desarmamento nuclear global.

O TNP foi assinado em 1970 e de então para cá as sucessivas reuniões de renegociação não têm evitado a expansão das armas nucleares e o reforço dos arsenais das potências dominantes. Apesar das palavras do secretário geral da ONU, as expectativas em relação à actual sessão, que terminará a 28 de Maio, não são elevadas depois das posições assumidas pelas principais potências na recente reunião de alto nível convocada por Barack Obama em Washington. De acordo com episódios que antecederam a conferência e com o clima da sessão de abertura é de esperar que os trabalhos incidam sobre a questão de o Irão pretender ou não fabricar armas nucleares. O presidente iraniano negou essa intenção durante a primeira sessão dos trabalhos, a decorrer nas instalações das Nações Unidas em Nova Iorque, mas os representantes dos Estados Unidos, do Reino Unido e de França abandonaram a sala.

Não estão presentes em Nova Iorque países nucleares que não são signatários do TNP e que mantêm os seus arsenais atómicos operacionais como são os casos da Índia, do Paquistão e de Israel. Estão presentes países que teoricamente não possuem armas nucleares mas que as têm instaladas nos seus territórios com possibilidade de as utilizar, como são os casos da Bélgica, Holanda, Alemanha, Itália e Coreia do Sul. Estas situações não são reconhecidas e assumidas pela comunidade internacional.
O Movimento dos Países Não Alinhados vai apresentar à conferência um projecto de desarmamento nuclear global até 2030, que implica também a aceitação por todos os subscritores do tratado de 1996 que proíbe os testes nucleares. Nas anteriores sessões de negociações as principais potências têm-se recusado a aceitar propostas que estipulem prazos para o desarmamento.

A Pressão da sociedade civil

Antes da reunião oficial decorreu, também em Nova Iorque, uma reunião de activistas dos movimentos da paz e do desarmamento de todo o mundo que pretenderam demonstrar aos governos como seria possível, e melhor, um planeta sem armas atómicas.

Mais de 1500 pessoas participaram na conferência de organizações não governamentais “por um mundo livre de armas nucleares, pacífico, justo e sustentável”. Centenas de sobreviventes dos holocaustos de Hiroshima e Nagasaki estiveram presentes para testemunhar as suas dramáticas experiências.
No centro das discussões plenárias e efectuadas em grupos de trabalho esteve a abolição das arma nucleares mas também a relação entre a guerra e a violação dos direitos civis e entre a guerra, a destruição ambiental e a devastação social.

O secretário geral das Nações Unidas esteve presente nos trabalhos e elogiou os movimentos da paz pelo seu trabalho contínuo apesar de a maior parte das vezes os seus apelos não serem ouvidos pelos governos. Ban Ki-moon salientou a importância do papel da sociedade civil na luta pelo desarmamento e relembrou que o objectivo das negociações sobre o nuclear é efectivamente o desarmamento global e controlado, como prevê o próprio TNP, embora isso nem sempre esteja nos horizontes dos negociadores.
Reiner Brown, membro da coligação de 25 organizações pacifistas que promoveram a reunião, declarou que “queremos um mundo sem pobreza, sem fome, sem injustiça social e sem destruição da natureza. De um modo dialéctico: um mundo justo só é possível com paz e, por outro lado, a justiça é impossível sem paz. E, em ambos os casos, os direitos dos homens e das mulheres são uma parte essencial”.

O Partido da Esquerda Europeia esteve presente na conferência de organizações governamentais e os seus representantes participaram também no desfile de mais de dez mil pessoas que decorreu domingo entre Times Square e o edifício das Nações Unidas.

Fonte:
http://www.beinternacional.eu/pt/noticias/531-quem-aceitara-o-desafio-de-ban-ki-moon

MAIS INFORMAÇÃO:
http://www.european-left.org/nc/english/home/news_archive/news_archive/zurueck/latest-news-home/artikel/no-nukes-no-wars-fund-human-needs-protect-the-planet/

http://www.european-left.org/nc/english/home/news_archive/news_archive/zurueck/latest-news-home/artikel/control-is-important-but-not-enough-abolition/

http://peaceandjusticenow.org/wordpress/

Bons ventos levam ideias sustentáveis ao Ceará

JC e-mail 4226, de 28 de Março de 2011.
 
Bons ventos levam ideias sustentáveis ao Ceará

CNPq apoia pesquisa que busca criar um sistema ambientalmente limpo para produção de energia elétrica no Ceará.

Ciência e Tecnologia para o desenvolvimento sustentável têm sido um dos temas mais destacados no meio acadêmico e pelos diversos atores sociais e políticos que englobam a comunidade ou a sociedade civil. Objeto de interesse público, hoje a sustentabilidade não pode ser mais vista apenas como uma preocupação em longo prazo, mas sim, como uma prioridade diária e uma ferramenta insubstituível para garantir o desenvolvimento futuro da humanidade.

Sabe-se hoje que um dos papéis mais importantes da ciência é o de oferecer instrumentos e informações que permitam uma melhor formulação de políticas voltadas para a preservação do meio ambiente. Nesse sentido, pesquisas científicas vêm sendo realizadas com o intuito de criar e consolidar meios mais modernos e eficientes, que busquem diminuir cada vez mais os impactos ambientais causados pela utilização dos recursos naturais.

Fontes alternativas - Preocupado com a necessidade de mitigar os impactos relacionados à obtenção de energia, o físico e engenheiro mecânico, Elissandro Monteiro do Sacramento, propôs a criação de um sistema híbrido que utiliza energia eólica e solar. O projeto, que tem o apoio do CNPq, pretende otimizar o sistema elétrico do Ceará, buscando diminuir os custos com a produção de energia elétrica, e acabando com a dependência de combustíveis fósseis.

"O Ceará importa grandes quantidades dos combustíveis fósseis consumidos em seu território, o que deixa o estado refém do mercado internacional do petróleo. Porém, com a elaboração do mapa eólico, juntamente com estudos para análise do potencial solarimétrico, ficaram evidenciadas as elevadas capacidades de aproveitamento destas fontes de energia na região", afirma Sacramento.

Segundo ele, a busca pela sustentabilidade requer planejamento e inserção de novas fontes de energia, pois as fontes convencionais como, por exemplo, carvão mineral e derivados do petróleo vêm causando sérios danos ambientais. "Uma economia baseada na queima de combustíveis fósseis influencia diretamente no aumento gradual da poluição atmosférica, o que causa os mais variados efeitos ambientais adversos, como a intensificação do efeito estufa que gera inúmeras mudanças climáticas nocivas à sobrevivência humana", ressalta o pesquisador.

O sistema híbrido de energia solar-eólica, idealizado pelo pesquisador cearense deve começar a ser construído ainda este ano no campus da Capital (Itaperi) da Universidade Estadual do Ceará (Uece). O projeto que, atualmente, tem sete pesquisadores envolvidos, conseguiu junto ao CNPq um financiamento de R$ 250 mil para montar o sistema piloto. "O apoio do CNPq é de fundamental importância para concretizarmos uma ideia formatada há cerca de três anos. A partir do capital disponibilizado poderemos instalar, inicialmente, um sistema piloto para verificarmos o comportamento do sistema", diz.

Funcionamento - O sistema usará o hidrogênio como meio para armazenar a energia elétrica adquirida com os aerogeradores (eólico) e placas (solar). Na concepção do professor, o uso do hidrogênio surge com uma nova tecnologia que trará soluções para os gargalos energéticos locais. "O hidrogênio proporcionará o aumento da disponibilidade de energia no estado, bem como na redução dos gastos com políticas ambientais, pela sua utilização limpa em comparação com outros sistemas convencionais".

Para a produção de energia elétrica, o sistema proposto obtém primeiramente o hidrogênio por meio da eletrólise (processo físico-químico que, a partir da molécula da água, separa o oxigênio do hidrogênio). Tendo o hidrogênio separado, o projeto utiliza-o para armazenar a energia elétrica adquirida a partir de parques eólicos e dos painéis fotovoltaicos.

Perspectivas - "Inicialmente iremos trabalhar apenas com um aerogerador e uma placa fotovoltaica, que serão comprados em abril e setembro, respectivamente, mas esperamos num momento, não muito distante, agregarmos mais equipamentos ao sistema, de forma a aumentar o nível de potência de trabalho", pontua o pesquisador. Em grande escala, ainda é previsto pelo professor o uso de dessalinizadores, os quais utilizarão a água do mar como base para o processo de eletrólise.

Segundo Sacramento os custos de implantação de um sistema com essas características são elevados, pois tratam com tecnologias emergentes. Porém, os avanços tecnológicos nessas áreas (trabalhos com eólica e solar) vêm evoluindo consideravelmente em muitos países, e de acordo com ele, o Brasil não pode ficar na contramão do desenvolvimento. "Apesar de ser um investimento em longo prazo, o uso do hidrogênio será eficiente para comercializar a energia, além de ser ecologicamente correto".

O pesquisador afirma ainda que apesar de haver um investimento considerável na geração de energia elétrica a partir da utilização das fontes eólica e solar no estado do Ceará, é fundamental se investir mais na produção intelectual intensificando investimentos em estabelecimentos de ensino que realizem pesquisas envolvendo a inserção de novas fontes na matriz energética estadual. "Além disso, é preciso conscientizar cada vez mais a sociedade a promover e apoiar tendências menos intensivas de utilização de recursos, inclusive a utilização de menos energia na indústria, agricultura e transporte", finaliza Sacramento.

Hoje, o grupo busca parcerias junto ao governo do estado do Ceará, bem como com empresas privadas que trabalham no setor energético. No Brasil, universidades de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo já trabalham com a mesma ideia.
(Ascom do CNPq)

O desafio do desarmamento nuclear

JC e-mail 4226, de 28 de Março de 2011.
 
O desafio do desarmamento nuclear

Artigo de Sergio Duarte* publicado na Folha de São Paulo de domingo (27/03/2011).

Tem crescido a consciência da necessidade de tratar com maior seriedade da questão nuclear, da qual depende a sobrevivência da humanidade

A eliminação das armas de destruição em massa e a regulamentação dos armamentos convencionais são elementos fundamentais para o fortalecimento da paz e da segurança internacionais.

Apesar dos esforços iniciais imediatamente após a 2ª Guerra Mundial, a rivalidade, a desconfiança e a hostilidade entre as duas superpotências impediram qualquer progresso no sentido do desarmamento geral e completo. Desde então, a comunidade internacional se voltou para as chamadas "medidas parciais".

Durante as décadas seguintes foram estabelecidas zonas livres de armas nucleares na América Latina e Caribe, no Pacífico Sul, no Sudeste Asiático, na África e na Ásia Central e concluídos acordos importantes, como os de proibição de ensaios com explosivos nucleares, primeiro na atmosfera (1963) e depois em todos os ambientes (1996).

Pelo Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares (TNP), de 1970, os cinco países reconhecidos como possuidores dessas armas se comprometeram a negociar "em breve prazo" e "de boa-fé" medidas "relativas à cessação da corrida armamentista nuclear" e a "um tratado de desarmamento geral e completo", enquanto os países não possuidores se obrigaram a não adquirir armas atômicas e a aceitar um sistema de controle sobre suas atividades nucleares pacíficas.
Os países nuclearmente armados e seus aliados têm cada vez mais propugnado a adoção de novas medidas restritivas para conter a proliferação e reduzir a possibilidade de que atores não estatais obtenham materiais e armas nucleares para uso em atos de terrorismo.

Ao mesmo tempo, estabelecem condicionamentos, tais como a solução de conflitos regionais e o reforço das medidas de não proliferação, para que lhes seja possível aceitar compromissos mais firmes de desarmamento.

Os países não possuidores, ao contrário, vêm constantemente reclamando medidas juridicamente vinculantes, verificáveis e irreversíveis de desarmamento nuclear e consideram que os possuidores pouco ou nada fizeram, ao longo de 40 anos, para cumprir os tênues compromissos assumidos no TNP.

Muitos não se mostram dispostos a concordar com a imposição de controles adicionais sobre suas atividades, na ausência de progressos reais no sentido do desarmamento. A divergência fundamental entre essas posturas explica em grande parte a falta de avanços, desde o final do século 20, nos órgãos multilaterais que tratam de desarmamento e controle de armamentos.

Recentemente, contudo, tem crescido em todo o mundo a consciência da necessidade de tratar com maior seriedade dessas questões, das quais depende a sobrevivência da humanidade.

Ex-estadistas influentes, parlamentos, detentores do Prêmio Nobel e organizações da sociedade civil em todo o mundo têm intensificado os esforços para sensibilizar os governos e a opinião pública a fim de tornar realidade essa aspiração de completa eliminação das armas nucleares.

O secretário-geral das Nações Unidas incluiu o desarmamento entre as prioridades da ONU, ao lado de outros temas globais urgentes, como o da mudança do clima. Caso a humanidade não aja decisivamente, a vida na Terra, tal como a conhecemos, poderá deixar de existir em consequência tanto de mudanças climáticas quanto do uso de armas nucleares. A diferença é que, no primeiro caso, a extinção da vida ocorrerá ao longo de algumas décadas, enquanto para um apocalipse nuclear bastarão apenas alguns segundos.

*Sergio Duarte é subsecretário-geral das Nações Unidas para assuntos de desarmamento.
(Folha de São Paulo)

Fotossíntese Artificial

Folha artificial
28/3/2011

Agência FAPESP – Da teoria para a prática. A busca pela fotossíntese artificial acaba de dar mais um importante passo. A novidade foi apresentada neste domingo (27/3) em Anaheim, nos Estados Unidos, por um grupo de cientistas que desenvolveu uma folha artificial capaz de produzir energia.

Na 241ª reunião nacional da American Chemical Society, o grupo liderado por Daniel Nocera, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), descreveu uma célula solar do tamanho de um baralho de cartas capaz de imitar a fotossíntese, processo por meio do qual as plantas convertem luz e água em energia.

A fotossíntese artificial é investigada em centros de pesquisa de diversos países e foi um dos principais assuntos debatidos no Workshop BIOEN/PPP Ethanol on Sugarcane Photosynthesis, realizado pelo Programa FAPESP de Pesquisa em Bioenergia em 2009.

“Uma folha artificial funcional tem sido uma espécie de cálice sagrado da ciência há decadas e acreditamos que tenhamos conseguido desenvolvê-la. Nossa folha se mostrou promissora como uma fonte de energia de baixo custo para residências pobres em países em desenvolvimento, por exemplo. Nosso objetivo é fazer com que cada casa tenha sua própria geração de eletricidade”, disse Nocera.

Apesar de ter como base as folhas verdes, o dispositivo apresentado pelos cientistas norte-americanos em nada lembra um vegetal, com exceção do resultado energético.

O equipamento é feito de silício e cheio de componentes eletrônicos e catalisadores, usados para acelerar reações químicas. Colocado em um balde com água sob a luz do Sol, o pequeno aparelho divide a água em seus dois componentes básicos: hidrogênio e oxigênio.

Hidrogênio e oxigênio são armazenados em células combustíveis, que usa os dois elementos para produzir eletricidade.

Nocera conta que a primeira folha artificial foi desenvolvida há mais de uma década por John Turner, do Laboratório Nacional de Energias Renováveis no Colorado, mas que não se mostrou prático para uso amplo por ser instável, gerar pouca energia e usar metais caros.

O novo dispositivo superou esses problemas, segundo o cientista, usando materiais mais baratos (como níquel e cobalto) e tendo operado sem parar por mais de 45 horas sem perda na produtividade.

Por enquanto a folha artificial do grupo de Nocera é cerca de dez vezes mais eficiente na fotossíntese do que uma folha normal. Ainda assim seriam precisos dezenas ou centenas de dispositivos para produzir a mesma energia que uma árvore. Entretanto, Nocera estima que a eficiência possa ser multiplicada no futuro.

“Da mesma forma que a natureza, acho que o mundo no futuro será alimentado pela fotossíntese, na forma de folhas artificiais”, disse.

Mais informações sobre a pesquisa: web.mit.edu/chemistry/dgn/www/index.shtml

Especial Fapesp: Fotossíntese artificial:
http://www.agencia.fapesp.br/materia/10130

sexta-feira, 25 de março de 2011

IBAMA faz ranking de carros poluidores



Isto precisa ser analisado com calma:


"O país ganhou um ranking dos carros que mais poluem o meio ambiente. A lista tem duas surpresas. Entre os 15 veículos que mais poluem, oito são movidos a álcool e o carro mais “limpo” tem motor 2.0, o que derruba o mito que veículos mais potentes poluem mais."

http://jornaloexpresso.wordpress.com/2009/09/16/ibama-faz-ranking-de-carros-poluidores/

Navios emitem poluição equivalente à metade da frota mundial de carros



"Os navios emitem um volume de poluentes particulados equivalente à metade da poluição emitida pela frota de veículos de todo o mundo. A conclusão é de de estudo inédito feito por cientistas da Universidade do Colorado, nos Estados Unidos."


Matéria completa:

http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=navios-emitem-poluicao-equivalente-a-metade-da-frota-mundial-de-carros&id=010125090504

quinta-feira, 24 de março de 2011

Lucro da Vale (2001-2010)

     Pena que a Vale não investe no Brasil como a Petrobras. Espero que a Vale consiga diversificar sua atuação no mercado, além de negociar com os chineses para que parte do aço seja processado e utilizado no Brasil. A Vale precisa investir em siderurgia, e aproveitar o know-how chinês.


http://www1.folha.uol.com.br/mercado/893397-palocci-nega-interferencia-do-governo-na-vale.shtml

Lucro recorde de construtoras confirma aquecimento do setor

As construtoras Rossi, MRV e Tecnisa divulgaram nesta quarta-feira seus balanços. As três tiveram faturamento recorde em 2010.

"as duas construtoras tem perfis bem diferentes", já que a MRV tem foco em imóveis mais baratos e "tem 85% dos lançamentos no programa 'Minha Casa, Minha Vida', que abrange imóveis de até R$ 170 mil. Já a Tecnisa tem 2/3 do que lança no segmento premium, acima de R$ 300 mil"

Mais em:
http://www1.folha.uol.com.br/multimidia/podcasts/893552-lucro-recorde-de-construtoras-confirma-aquecimento-do-setor.shtml

Lucro da Brasil Foods cresce 125% em 2010

A BRF-Brasil Foods apresentou lucro líquido de R$ 804 milhões em 2010, um crescimento de 125% em relação ao ano anterior em base proforma (considerando a fusão entre Sadia e Perdigão desde 1º de janeiro de 2009 --as ações da Sadia foram incorporadas em julho daquele ano).

A receita líquida somou R$ 22,7 bilhões no período, crescimento de 8,3%. O Ebitda (lucro operacional antes das despesas financeiras, impostos, depreciação e amortização) ficou em R$ 2,6 bilhões, um aumento de 126% na mesma base de comparação.

Leia reportagem completa na Folha.com:
http://www1.folha.uol.com.br/mercado/893632-lucro-da-brasil-foods-cresce-125-em-2010.shtml

Polícia prende homem que agrediu ex-mulher em elevador em SC

Mais um que agride "por amor"...

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Homem que agrediu ex em elevador diz que não queria matá-la
Polícia pede prisão de homem que tentou estrangular ex em SC


Comentário de um leitor da Folha de São Paulo:

"'O relacionamento entre o rapaz e Maria de Fátima durou cerca de oito meses, dos quais sete eles passaram morando juntos'

CARAMBA! COM UM MÊS JÁ LEVA PRA MORAR JUNTO!!! AÍ DÁ NISSO!!!
O PESSOAL TEM QUE COMEÇAR A ESCOLHER MELHOR SEUS PARCEIROS!!! PRINCIPALMENTE AS MULHERES!"