Postagens mais recentes

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Marcha da Maconha no RJ e um habeas corpus estranho

Este assunto não envolve apenas a discussão sobre liberação/descriminalização da maconha, mas também liberdade de expressão e suas consequências.


No entanto, o que me chamou a atenção na notícia abaixo, foi o habeas corpus, que permite a realização da Marcha da Maconha com a condição de que durante o evento, segundo a reportagem, os manifestantes não poderão "usar ou incentivar o uso da substância entorpecente".

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Até 2012, País terá um PC para cada dois habitantes

 Até 2012, País terá um PC para cada dois habitantes

Pesquisa da FGV mostra que há 85 milhões de computadores em uso no Brasil. Preço baixo e parcelamento ampliam mercado.
20/04/2011 - O Globo, via JC online

Gradiente volta ao mercado após 5 anos

Espero que consigam sair da crise, a Gradiente ao que me lembro sempre produziu equipamentos de qualidade. Força!
 


Empresa, que chegou a deter 15% do mercado de áudio e vídeo no País, renegociou a dívida e ganhou novos sócios, como a Petros e a Funcef

As grandes empresas brasileiras no ranking da Forbes


Petrobrás é a 8ª maior do mundo em ranking da Forbes

Estatal brasileira sobe na lista após ter registrado crescimento de dois dígitos nas categorias receita, lucros, ativos e valor de mercado

21 de abril de 2011 | 16h 41
Agência Estado/SÃO PAULO

A Petrobrás é a oitava maior companhia de capital aberto do mundo, de acordo com um ranking elaborado pela revista Forbes. A estatal brasileira divide a posição com a Berkshire Hathaway, fundo de investimentos do bilionário Warren Buffet, e subiu na lista depois de ter registrado crescimento de dois dígitos nas quatro categorias avaliadas - receita, lucros, ativos e valor de mercado.

Remoções da Copa levam Anistia Internacional a Brasília

Atentem para o que diz o representante da comunidade na reportagem abaixo. É muito preocupante:

Remoções da Copa levam Anistia a Brasília

27 de abril de 2011 | 0h 00
Luciana Nunes Leal / RIO - O Estado de São Paulo

O secretário-geral da Anistia Internacional, Salil Shetty, prometeu levar hoje ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, as denúncias de abusos e irregularidades cometidos nos processos de remoção de moradores das áreas desapropriadas para grandes obras, sobretudo da Copa de 2014 e da Olimpíada de 2016.

"As autoridades têm de ser mais sensíveis. Muitas violações estão sendo cometidas", disse Shetty. Entre as obras que provocaram as remoções estão a construção dos corredores expressos para ônibus Transcarioca e Transoeste, que ligarão a Barra da Tijuca (zona oeste) ao Aeroporto Tom Jobim e a Santa Cruz, respectivamente.

"Nem na ditadura encontrei tanta truculência. O trator vai passar por cima de mim, mas não vou sair. De 250 famílias, só restaram dez", disse o representante da comunidade Jardim Maravilha, em Guaratiba, Antônio Félix. O defensor público Alexandre Mendes citou ainda casos em que oficiais de Justiça chegaram a atuar de madrugada.

terça-feira, 26 de abril de 2011

A questão nuclear

Mais um texto interessante que saiu no Boletim da SBF (Sociedade Brasileira de Física), sobre energia nuclear.

 (imagem: ETFtrends)

Boletim [009/2011]

A questão nuclear 
(Prof. Silvio R. A. Salinas - Instituto de Física da USP)

Energia nuclear: controvérsias e diálogo

Alguns dias depois do desastre de Fukushima, houve um debate aqui na USP, programado para o lançamento de um livro – Energia Nuclear: do anátema ao diálogo, editado pelo Senac de São Paulo – organizado pelo meu colega economista José Eli da Veiga, que é um texto particularmente recomendável nas atuais circunstâncias. A geração de energia elétrica a partir da fissão nuclear, que ainda pesa muito pouco aqui no Brasil, mas que compõe parte substancial da matriz energética no hemisfério norte, sempre veio acompanhada de controvérsias sobre a segurança dos reatores, o gerencialmente dos detritos radioativos, e possíveis conexões com a produção de armamentos. O desastre de Fukushima reascende essas controvérsias, que se colocam nesse livro, na perspectiva de um país como o Brasil, com ampla capacidade hidroelétrica, mas com um programa nuclear envolvendo duas usinas em funcionamento, uma usina em construção, quatro usinas em fase de planejamento, além de reservas significativas de urânio natural e de relatos de sucesso nos esforços para o seu enriquecimento.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Dilma, os inconfidentes, a ditadura e a democracia


http://www1.folha.uol.com.br/poder/905709-dilma-compara-inconfidentes-mineiros-com-combate-a-ditadura.shtml

Dilma lutou pela democracia? a ideia de muitas pessoas não tem noção, ver o video do Gabeira, Setembro de 2010:

http://www.youtube.com/watch?v=IYXwZgnUVwg



ele fala qual era a intenção:

"... ninguém no fundo queria a democracia estrategicamente. Todo mundo queria na verdade um  socialismo. Buscava-se uma outra ditadura, que era a ditadura do proletariado. Tanto que hoje quando dizem 'vocês foram os combatentes pela democracia' eu tenho as minhas dúvidas, eu falo, olha não foi bem assim, nós podemos ter contribuído para a democracia, mas contra a nossa vontade (risos), porque naquele momento o que estava em jogo era a ditadura do proletariado."

Não defendo ditadura de nem um tipo, seja civil, militar, capitalista ou socialista, mas precisamos colocar os pingos nos 'is' sobre este assunto. Lutar contra a ditadura militar não significa que ocorreu uma luta pela democracia.


quinta-feira, 21 de abril de 2011

Ações Afirmativas, Cotas Raciais e os problemas com a aparência

Analisar os seguintes pontos:

comentários de internautas em diversos sites:

-------
Eliene andrade silva em 19/04/2011 às 18h02

Nosso País é uma metáfora. Tenho cabelo liso, pele clara, nariz afilado e sou filha de negro com branca então sou negra sim!!!cotas para mim nem pensar, já fui discriminada por brancos e também por negros. o que sou afinal? nos livros mestiça. Uma certa ocasião comprei um apartamento e o porteiro interfonou: Dona um Senhor aqui diz serseu pai, minha mãe passou e ele nem perguntou a onde ela ia. BRASIL TEU NOME É HIPOCRISIA. Minha vó paterna morreu com 105 anos e era negra.

-------

W Rizzo - SAO PAULO/SP - em 19/04/2011 às 17h52

Meu pai, sulafricano com olhos azuis, se casou com uma brasileira filha de italianos, eu sou branquinho, branquinho, e de olhos azuis, e também sou afrodescendente. Ou não? Os negros tem vantagens e desvantagens fisiológicas e genéticas sobre os brancos, e isso é científico, e não necessariamente social. É constatado que há prevalência de problemas coronários na população negra, sobretudo infartos; mas é sabido tb que os negros tem menos problemas de câncer do que os brancos. 

-------




Vendo racismo onde não existe

Sou levado a comentar um texto do Agora [1], jornal de São Paulo, publicado em 20/04/2011, em função dos muitos comentários que li onde a notícia foi repercutida:


Folha de S. Paulo - via Agora/SP - 20/04/2011

Embora a renda da população negra venha avançando nos últimos anos, indicadores sociais ainda mostram um abismo na situação de vida em comparação com a parcela de pessoas brancas.

terça-feira, 19 de abril de 2011

Philips abandonará fabricação de TVs por competição asiática

Isto parece perigoso, parece aquela velha tática, quebrar concorrentes e depois controlar o preço como bem entender. Espero estar errado.

A Ásia tem mão-de-obra muito barata, mas isto tem que acabar. Devemos pressionar estas empresas para que paguem um salário melhor aos funcionários. E para pressionar, basta não adquirir seus produtos. É um sacrifício, claro, mas é para um bem maior. Adquirir um produto de uma marca similar, pode sair mais caro, mas se pagar melhor salário aos funcionários, é um bom sacrifício.

Philips abandonará fabricação de TVs por competição asiática

18/04/2011 - 12h30 - FRANCE PRESSE, EM HAIA - via Folha de São Paulo

A gigante holandesa de eletrônica Philips, última grande empresa europeia fabricante de televisores, anunciou nesta segunda-feira que abandonará a atividade, em consequência da competição feroz das concorrentes asiáticas.

Jeitinho japonês

Anteriormente havia publicado algo sobre o jeitinho japonês, e a pouco encontrei uma notícia interessante sobre o homem mais velho do mundo, que agora é um japonês - Jirouemon Kimura, após a morte do estadunidense Walter Breuning. 

O que me chamou a atenção, para originar um novo post em "Brasil - nem tão ruim assim", foram os dois últimos parágrafos da notícia, que apresento abaixo, com grifos:


19 de abril de 2011 | 5h 01 - Efe - via Agência O Estado

TÓQUIO - O japonês Jirouemon Kimura, que se tornou há apenas cinco dias o homem mais velho do mundo, completou 114 anos nesta terça-feira, 19, informou a agência local Kyodo.

Kimura, que vive na província de Kioto, assumiu o posto de homem mais velho do mundo em 14 de abril, data em que o americano Walter Breuning faleceu, também aos 114 anos.

Kimura, que tem 14 netos, 25 bisnetos e 11 tataranetos, passa quase todo o tempo de cama e figura como o mais velho na lista elaborada pelo Grupo de Investigação Gerontológica de Los Angeles, seguido pelo também japonês Tanekichi Onishi, com 111 anos.

O Japão é o país com a maior esperança de vida e tem a população mais velha do mundo, segundo dados da ONU.

O país mantém o posto apesar de as autoridades japonesas terem descoberto em 2010 que mais de 200 mil cidadãos que apareciam nos registros como supostos centenários estavam desaparecidos.

Após uma pesquisa, ficou constatado que muitos deles já haviam falecido sem que seus familiares tenham feito a notificação, já que desse modo podiam seguir recebendo suas pensões.
---x---

Quando isto ocorre no Brasil dizem que é o "jeitinho brasileiro", ou "tipicamente brasileiro", ou ainda, que é mentalidade de país de Terceiro Mundo. 

E quando ocorre no Japão, um país desenvolvido com uma cultura milenar, como se chama este ato?

Não pretendo com isto dizer que se ocorre lá não há problema em ocorrer aqui. Apenas mais um exemplo de que certos comportamentos não dependem de nacionalidade e nem tudo pode ser atribuído ao "jeitinho brasileiro".

Aécio Neves (PSDB) e o álcool, dias após seu primeiro discurso no Senado

Isto aconteceu Domingo, 17 de Abril de 2011. Vamos ler algumas publicações na imprensa e depois levantar algumas questões. Se você já leu isto em algum veículo de comunicação, basta pular.

Encontrei comentários na internet sobre o portal Estado de Minas não repercutir o ocorrido, e não dar sequência à reportagem como outros veículos de comunicação do país fizeram. Parece que colocaram a notícia de maneira bem discreta no site.

E se fosse o Lula (que ficou com fama de bebum) a se recusar fazer o teste do bafômetro? Qual seria a reação da mídia?

Encontrei isto pela internet mas não consegui confirmar se de fato saiu no referido jornal:

" 'Como se o Lula tivesse sido um exemplo de abstemia. Mesmo sem carteira, Aécio Neves ainda é o melhor nome para dirigir esse país. Aécio é maior que isso.'


Na falta do que dizer contra José Serra (PSDB-SP) no caso do bafômetro, como é seu hábito, o deputado Nárcio Rodrigues (PSDB-MG) escolheu atacar Lula. A frase foi publicada no jornal Tempo, de Belo Horizonte."

Noticia-se que a irmã de Aécio é dona de uma rádio (...)
(continua)

Veja na íntegra a nota enviada pela assessoria do senador: 

Na noite deste sábado para domingo (17-04-11), o senador Aécio Neves jantou nas redondezas de seu apartamento no Rio de Janeiro.

Ao retornar à sua residência, foi abordado durante blitz policial quando foi constatado o vencimento da validade do seu documento de habilitação como motorista.

Em respeito à legislação vigente, o senador entregou a habilitação ao agente e, seguindo as orientações recebidas, providenciou um condutor habilitado - um taxista que se encontrava no local - que dirigiu seu veículo até sua residência a poucos quarteirões.

Com relação às notícias veiculadas sobre o uso ou não do bafômetro, essa assessoria informa que, uma vez constatado o vencimento do documento de habilitação e providenciado outro motorista para condução do veículo, o mesmo não foi realizado. 

O senador cumprimentou a equipe policial responsável pelo profissionalismo e correção na abordagem feita aos motoristas durante a blitz.
---x---

Uma explicação para o que Aécio fez no Rio (18/04/2011)

O Conversa Afiada reproduz informação de quem pode explicar o que Aécio fez no rio.

- A Land Rover não está em nome do Aécio, porque está em nome da empresa Arco Iris Ltda, da irmã de Aécio. [a empresa é uma rádio, investigar.]

É carro que ela e ele usam quando estão no Rio.

- Aécio comprou o apartamento na Lagoa em 1995 e está na declaração de bens do Imposto de Renda pelo valor de compra, como se faz usualmente.

Os valores só são usualmente atualizados quando o imóvel é vendido.

- Aécio errou porque dirigia com uma carteira de habilitação vencida. [e poderia estar embriagado, que também seria um erro].

Assim que se deu conta disso, saiu do volante e pediu a um motorista de taxi que levasse o carro à casa dele, a poucas quadras de distância.

E não se submeteu ao bafômetro, porque já tinha sido punido por dirigir com carteira vencida. [uma coisa não tem nada a ver com outra].

Paulo Henrique Amorim 
---x---



Senador se recusou a fazer o teste do bafômetro e apresentou uma CNH vencida
17 de abril de 2011 | 12h 36 - Pedro Dantas, de O Estado de S. Paulo

O senador e ex-governador de Minas Gerais Aécio Neves (PSDB-MG) se recusou a fazer o teste do bafômetro e apresentou uma Carteira Nacional de Habilitação (CNH) vencida em uma blitz da Lei Seca, na madrugada deste domingo, na Avenida Bartolomeu Mitre, no Leblon, na zona sul do Rio. De acordo com o Governo do Rio, o político mineiro se recusou soprar no aparelho que determina a concentração de bebida alcoólica no organismo, por meio da análise do ar exalado dos pulmões da pessoa. Em seguida, ele apresentou a CNH vencida e o documento foi apreendido. O político mineiro foi multado em R$ 957,70 por recusar o bafômetro e em R$ 191,54 pela habilitação vencida.

De acordo com a assessoria do senador, ele pagou um taxista para dirigir sua Land Rover até o prédio onde mora no Rio, localizado a poucos quarteirões da blitz e evitou a apreensão do carro, que, segundo sua assessoria, é seu há anos. Segundo os agentes, o senador foi liberado, pois não apresentava sinais de embriaguez. O ex-governador terá que se dirigir ao Detran-RJ para pagar a multa e renovar a CNH antes de voltar a dirigir. Em nota, a assessoria de imprensa do senador disse que o bafômetro não foi realizado "uma vez constatado o vencimento do documento de habilitação e providenciado outro motorista para condução do veículo".

Ainda segundo a assessoria, o senador não sabia que a habilitação estava vencida, pois dirige apenas aos finais de semana. A nota informa que o político tucano tinha saído da casa de amigos e voltava com a namorada para sua residência no Rio, no Leblon, quando o carro do casal foi parado em uma blitz. Ele foi reconhecido desde o início pelos agentes que o trataram educadamente, segundo assessores do político. A assessoria encerra nota afirmando que "o senador cumprimentou a equipe policial responsável pelo profissionalismo e correção na abordagem feita aos motoristas durante a blitz". Aécio passou o dia deste domingo no Rio, mas não quis falar com a imprensa.

O artigo 277 do Código de Trânsito Brasileiro estabelece que a recusa do motorista em fazer o teste do bafômetro é considerada uma infração gravíssima. As punições administrativas são recolhimento da CNH e perda de sete pontos, retenção do veículo até a apresentação de condutor habilitado, além da multa de R$ 957,70. O prazo mínimo para a retirada da CNH é de 5 dias. No entanto, Aécio Neves deve demorar mais para voltar ao volante, pois antes terá que renovar a habilitação vencida.

Em fevereiro, o jogador de futebol Adriano se recusou a fazer o bafômetro em uma blitz e teve a carteira apreendida. Ele também chamou um amigo para conduzir o veículo e evitou a apreensão do carro. No ano passado, o ex- jogador de futebol e deputado federal Romário usou o mesmo expediente para evitar que o carro fosse rebocado depois que se recusou a soprar no bafômetro. O cantor Toni Garrido, o ator Eri Johnson e as atrizes Priscila Fantin e Camila Rodrigues fizeram após recusar o teste.
---x---


17/04/2011 - 13h13 - FERNANDO MAGALHÃES - Folha de São Paulo

O senador Aécio Neves (PSDB-MG) teve a sua carteira de habilitação apreendida na blitz da Operação Lei Seca, na madrugada de hoje, no Rio.

O senador tucano dirigia um Land Rover e foi parado por volta das 3h no Leblon, bairro de classe média alta da zona sul carioca.

A operação estava sendo realizada na esquina das ruas Bartolomeu Mitre e San Martin, onde tem boates, restaurantes e bares famosos da cidade.

O senador tucano não quis fazer o teste do bafômetro. Ele voltava com a namorada para sua residência no Jardim de Alah (zona sul), depois de um encontro com amigos num restaurante do Leblon.

Segundo a assessoria de Aécio, "uma vez constatado o vencimento do documento de habilitação, ele providenciou outro motorista para condução do veículo, respeitando à legislação vigente".

A carteira de habilitação de Aécio estava vencida e seu documento foi apreendido. Ele levou uma multa de 957,70.

O político foi liberado depois que um amigo apareceu para levar seu carro.

A assessoria do senador disse que Aécio não sabia que sua carteira de habilitação estava vencida e que ele sempre vem ao Rio e não costuma andar com motorista. Além disso, informou que o senador cumprimentou a equipe policial "responsável pelo profissionalismo e correção" na abordagem feita aos motoristas durante a blitz.
---x---


Senador estava com carteira de habilitação vencida e foi multado em R$ 957,70
Do R7 | 17/04/2011 às 12h05 | Atualizado em: 17/04/2011 às 15h30

O senador Aécio Neves (PSDB) foi parado na madrugada deste domingo (17), por volta das 3h, na blitz da Lei Seca na esquina das ruas Bartolomeu Mitre e General San Martin, no Leblon, zona sul do Rio de Janeiro. De acordo com a Secretaria de Estado de Governo do Rio, o senador teve o documento apreendido e foi multado em R$ 957,70. 

Segundo agentes da Lei Seca, Aécio estava com a CNH (Carteira Nacional de Habilitação) vencida e teve que chamar um amigo para dirigir o veículo, um Land Rover. 

No entanto, a nota enviada pela assessoria do senador afirma que ele “providenciou um condutor habilitado - um taxista que se encontrava no local - que dirigiu seu veículo até sua residência a poucos quarteirões”. 

A Secretaria de Estado de Governo do Rio disse que o senador não quis fazer o teste do bafômetro, mas a nota aponta que “uma vez constatado o vencimento do documento de habilitação e providenciado outro motorista para condução do veículo, o mesmo [bafômetro] não foi realizado”. 

A nota finaliza afirmando que Aécio cumprimentou a equipe policial responsável pelo profissionalismo e correção na abordagem feita aos motoristas durante a blitz. 

Na madrugada de sábado (16), o ex-prefeiro de Magé Charles Cozzolino foi parado pela Lei Seca, na avenida Brigadeiro Lima e Silva, no centro de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, e também se recusou a fazer o teste do bafômetro. No caso do ex-prefeito, por não apresentar um condutor apto a dirigir, ele teve o carro apreendido. Ele foi multado em R$ 957,70 e estava dirigindo sua picape Amarok.
---x---


CNH estava vencida desde fevereiro e Aécio admite erro

Senador teve a sua carteira apreendida em blitz da Lei Seca, anteontem, no Rio
Jornal OTEMPO (MG) em 19/04/2011

O senador Aécio Neves (PSDB-MG) reconheceu ontem que errou ao não ter prestado atenção na data de vencimento de sua carteira de habilitação. Na madrugada de domingo, o ex-governador de Minas teve o seu documento apreendido numa blitz no Rio. Sobre a recusa em fazer o teste do bafômetro, ele admitiu que, na hora, achou desnecessário, já que havia conseguido um outro condutor para seu carro.


O senador, cotado para disputar a sucessão presidencial em 2014, reitera seu apoio à operação Lei Seca, que impede motoristas de dirigirem depois de ingerir bebida alcoólica.


"Estava a três quadras do meu apartamento, voltando de um jantar, quando fui parado na blitz. Uma operação correta. Abordado por um agente, que foi muito educado, fiz o que qualquer cidadão deve fazer. Entreguei meus documentos. O policial então me alertou que minha carteira estava vencida", afirmou Aécio Neves, em entrevista ao jornal "O Globo".


Vencimento. O tucano admitiu que sua carteira de habilitação está vencida desde fevereiro. "A carteira venceu no dia 15 de fevereiro. Pela lei, eu teria 30 dias para fazer a renovação, ou seja, podia ter dirigido até o dia 15 de março. Reconheço meu erro de não ter checado isso, pois costumo dirigir meu carro como qualquer cidadão. Não tenho segurança ou motorista. Dirijo há 30 anos e posso atestar que, até agora, tinha zero ponto na carteira", disse.


"Ao constatar que minha carteira estava vencida, perguntei ao agente como proceder. Ele explicou que eu teria de arrumar um outro condutor. Como estávamos perto de um ponto de táxi, imediatamente consegui um motorista para conduzir o meu carro até em casa. Como já estava no banco do passageiro, achei desnecessário fazer o teste o bafômetro", argumentou o senador.


Proprietária. A Land Rover dirigida por Aécio está em nome da rádio Arco-Íris, que pertence a Andréa Neves, irmã do senador, segundo a "Agência Estado". O veículo está avaliado em R$ 340 mil. A emissora de rádio é afiliada da Jovem Pan de Belo Horizonte.


O bloco de oposição na Assembleia Legislativa encaminhou ofício à presidência da Casa protestando contra a não divulgação no clipping arquivo de notícias de matérias da ALMG, a respeito da apreensão da carteira de habilitação do senador Aécio Neves. 

A informação foi retirada do clipping, segundo os deputados que compõem o bloco. Eles não creditam o fato a uma intenção da presidência, mas pedem explicações. "Já oficializamos ao presidente da Casa, Diniz Pinheiro, o fato ocorrido com o clipping. Esse tipo de censura é inaceitável. Solicitamos as providências urgentes para que cessem tais comportamentos, realmente incabíveis no âmbito da Assembleia", disse o líder da minoria, deputado Antônio Júlio (PMDB). Já o Gustavo Valadares (DEM) negou que o fato tenha ocorrido. "Não perderíamos tempo com isso", argumentou.

Já a assessoria de imprensa da Assembleia informou que a empresa contratada para fazer o clipping "não tem por obrigação colocar as matérias que não tenham relação com a ALMG".

"A Assembleia Legislativa de Minas, por meio da prestadora de serviço, garante não haver orientação de cunho político ou partidário na seleção das matérias", informou a assessoria, por e-mail.


---x---



Aécio reconhece erro, mas só por habilitação vencida

19/04/2011 - 07h39 - Folha de São Paulo

O senador Aécio Neves (PSDB-MG) reconheceu ter cometido um "erro" ao dirigir com a carteira de habilitação vencida, mas não comentou a multa recebida após se recusar a se submeter ao teste do bafômetro em blitz da Operação da Lei Seca, anteontem, no Rio.


"Foi um descuido não ter visto que minha carteira estava vencida. Porém, eu, como qualquer ser humano, também erro", disse o senador, no Twitter.


O político mineiro recebeu duas multas. A primeira, de R$ 957,69, por se recusar a fazer o teste. A segunda, de R$ 191,54, por dirigir com o documento vencido.


Em nota, Aécio confirmou não ter feito o teste do bafômetro. Mas disse que isso ocorreu porque os policiais já haviam constatado que sua habilitação estava vencida.


O senador disse que "caso sua habilitação não estivesse vencida, teria feito o teste".


Ontem, a Secretaria de Governo do Estado, responsável pela lei seca, informou que Aécio foi multado por se recusar a passar pelo bafômetro _infração gravíssima.


'QUERIDO AMIGO'
O governador Sérgio Cabral (PMDB) defendeu o senador, a quem chamou de "meu amigo querido que o Rio de Janeiro respeita".


Para Cabral, o senador "se comportou como cidadão comum" e "agiu com a simplicidade que o caracteriza".


Cabral disse que recebeu uma ligação de Aécio para lhe dar os parabéns "pela educação dos servidores da Operação Lei Seca".


Aécio, disse o governador, afirmou ter conversado com o governador de Minas, Antonio Anastasia, que mandará uma equipe ao Rio para conhecer o projeto das blitze.


"Aécio quer levar para Minas Gerais essa experiência da Operação Lei Seca. Portanto, é um episódio já superado", disse o governador.


O episódio mobilizou ontem políticos e internautas. O microblog oficial do PT divulgou um vídeo de 2009 em que Aécio participa de uma blitz de lei seca e realça o seu caráter pedagógico.


A iniciativa foi contestada por um petista, Lindberg Farias (RJ), colega de Aécio no Senado. "PT nacional, acho baixaria vocês ficarem falando do Aécio. Podia acontecer com qualquer um. Façam críticas políticas. Tenho vergonha disso!"


O Twitter do senador passou, então, a ser alvejado por mensagens de petistas.


IMAGEM
Os comandos nacionais do PSDB e o DEM manifestaram temor de que o episódio possa desgastar a imagem do senador, potencial candidato à Presidência.


Ontem, Aécio telefonou a aliados para dar a sua versão, em que nega que tenha se recusado a se submeter ao teste do bafômetro.


"Aécio não sabia que a carteira estava vencida. Já explicou isso", disse o presidente nacional do PSDB, Sérgio Guerra (PE).


O presidente do DEM, Agripino Maia (RN), também foi comedido. "Ele terá argumento convincente para esclarecer o ocorrido", disse.

---x---



Código de Trânsito Brasileiro, artigo 277:


Art. 277. Todo condutor de veículo automotor, envolvido em acidente de trânsito ou que for alvo de fiscalização de trânsito, sob suspeita de dirigir sob a influência de álcool será submetido a testes de alcoolemia, exames clínicos, perícia ou outro exame que, por meios técnicos ou científicos, em aparelhos homologados pelo CONTRAN, permitam certificar seu estado. (Redação dada pela Lei nº 11.275, de 2006)

§ 1º Medida correspondente aplica-se no caso de suspeita de uso de substância entorpecente, tóxica ou de efeitos análogos.(Renumerado do parágrafo único pela Lei nº 11.275, de 2006)

§ 2º  A infração prevista no art. 165 deste Código poderá ser caracterizada pelo agente de trânsito mediante a obtenção de outras provas em direito admitidas, acerca dos notórios sinais de embriaguez, excitação ou torpor apresentados pelo condutor. (Redação dada pela Lei nº 11.705, de 2008)

§ 3º  Serão aplicadas as penalidades e medidas administrativas estabelecidas no art. 165 deste Código ao condutor que se recusar a se submeter a qualquer dos procedimentos previstos no caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 11.705, de 2008)

Agora o artigo 165:

Art. 165.  Dirigir sob a influência de álcool ou de qualquer outra substância psicoativa que determine dependência: (Redação dada pela Lei nº 11.705, de 2008)

Infração - gravíssima; (Redação dada pela Lei nº 11.705, de 2008)

Penalidade - multa (cinco vezes) e suspensão do direito de dirigir por 12 (doze) meses; (Redação dada pela Lei nº 11.705, de 2008)

Medida Administrativa - retenção do veículo até a apresentação de condutor habilitado e recolhimento do documento de habilitação. (Redação dada pela Lei nº 11.705, de 2008)

Parágrafo único. A embriaguez também poderá ser apurada na forma do art. 277.

x


Encontrei um caso interessante onde um vereador admite ter problemas com álcool:


Vereador Patola se afasta da Câmara

Joel Ávila, primeiro suplente do PPS, assume a cadeira deixada por Patola
Agora - O jornal do Sul - 18-04-2011 - 19h43min

O vereador Carlos Fialho Mattos (Patola, PPS) licenciou-se da Câmara Municipal de Rio Grande por tempo indeterminado. O pedido de licença de saúde do parlamentar foi lido no início da sessão ordinária do Legislativo rio-grandino na tarde desta segunda, 18, e aprovado.


O documento foi acompanhado de cópia de laudo médico, atestando que Patola necessita de tratamento médico e acompanhamento psicológico/psiquiátrico. No último dia 13, o parlamentar foi flagrado dirigindo embriagado na ERS-734, rodovia que liga o balneário Cassino ao centro do Rio Grande. Ele foi preso em flagrante e liberado após pagar fiança no valor de R$ 1 mil.


Na manhã de segunda, a Executiva do PPS já havia reunido a imprensa, em sua sede, e informado que Patola estava se afastando de suas atividades no partido por tempo indeterminado para tratamento médico e psicológico contra alcoolismo.


O presidente do PPS divulgou nota de esclarecimento assinada pelo parlamentar, na qual Patola reconhece necessitar de tratamento e pede desculpas aos rio-grandinos pelos "lamentáveis fatos" que envolveram seu nome.


Na quinta-feira da semana passada, a Comissão de Ética do PPS recomendou à Executiva do partido a suspensão de Patola por um período de seis meses. A recomendação deve ser ratificada nesta terça-feira pela Executiva, conforme o presidente do PPS em Rio Grande, Paulo Rogério Mattos Gomes: "não só pelo fato ocorrido dia 13, mas pela reincidência". O vereador já teve seu nome envolvido em outras ocorrências.


Ao anunciar o afastamento de Patola, o presidente do PPS afirmou que o vereador fará perícia médica e deverá ficar recebendo o auxílio-doença da Previdência. Já o presidente da Câmara Municipal, Paulo Renato Mattos Gomes, explicou que o vereador licenciado receberá os primeiros 15 dias pelo Legislativo. Depois, receberá o auxílio-doença da Previdência e complemento da Câmara de Vereadores até que o valor atinja o teto do salário dos parlamentares, que é R$ 7.110,00.


"O afastamento dele é por doença, então, ele tem esse direito", salientou. Conforme a assessoria jurídica da Câmara Municipal, a lei que fixou os subsídios dos vereadores para essa legislatura tem essa determinação.


Suplente assume a cadeira


O primeiro suplente do PPS, Joel Ávila, foi o indicado para assumir a cadeira deixada por Patola na Câmara Municipal e tomou posse na tarde de ontem. Ávila, que até ontem era secretário municipal da Agricultura, foi exonerado do cargo, a seu pedido, para ingressar no Legislativo Municipal. O PPS pretende indicar o segundo suplente do partido na Câmara, Dirnei Motta, para substituí-lo. O prefeito Fábio Branco (PMDB) disse que o cargo vai permanecer vago por alguns dias e que irá conversar com o partido sobre o assunto.


Por Carmem Ziebell
carmen@jornalagora.com.br
---x---

segunda-feira, 18 de abril de 2011

A parcialidade explícita de Augusto Nunes

Recentemente li um artigo de Augusto Nunes, colunista da Veja, com o seguinte título:


O texto, como muitos outros, é basicamente para tratar negativamente Lula, Dilma e Fernando Haddad, uma rotina. (Na verdade, "negativamente" foi só um eufemismo). Foi escrito por ocasião do doutorado honoris causa de Lula na Universidade de Coimbra.

Em muitos textos acho a crítica de Nunes pertinente, equilibrada, interessante, mas neste em particular não sei o que deu nele (acho que sei, só não quero contar...).

Um exagero pelo fato do pretexto para o referido texto ter sido um erro na conjugação verbal num discurso de Haddad.

Também o tratamento dado aos leitores que comentam e apresentam alguma crítica ao colunista, a ponto de chamar um leitor de "imbecil". Isto mostra deselegância por parte do colunista. Confira abaixo, em negrito os comentários do referido colunista:


MARCELO PALHANO - 30/03/2011 às 20:19

OS SEUS ERROS DE PORTUGUÊS SÓ NÃO APARECEM NOS TEXTOS QUE VOCÊ ESCREVE PORQUE TEM UM REVISOR QUE OS CORRIGE. DUVIDO SE O GÊNIO AUGUSTO NUNES FALAR DE IMPROVISO NÃO COMETA ERROS.

AN: Emprestei meu revisor pro Lula, milicianomarcelo. Deixou o emprego por falta de textos. Ouça o que digo na TV, imbecil. Não uso teleprompter e não erro. Não é tão difícil. Basta saber português e ter mais de dois neurônios.


MARCELO PALHANO - 01/04/2011 às 20:06

Por que não chama alguém de imbecil diante das telas ?

AN: Porque você nunca foi nem irá ao Roda Viva.

Felipe - 29/03/2011 às 17:14

(&***&%¨*) Prefiro ouvir um político falar errado e mostrar um projeto do que um “formador de opinião” não ter opinião…

AN: Você acha que não deixei clara minha opinião? Então, vou desenhar: quem não sabe falar português é ignorante.
---x---


Pois bem, após ler o post de Augusto Nunes reclamando dos erros de Lula, Dilma e Haddad, deparo-me com um texto na Folha de SP:

FHC deixa escapar erro de português em artigo

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso deixou escapar um erro de português no artigo em que sugere que o PSDB desista de tentar priorizar a conquista do "povão", informa a coluna de Mônica Bergamo, publicada na edição desta segunda-feira da Folha (íntegra disponível para assinantes do jornal e do UOL).

No texto, ele diz que "existe ou existiu até a pouco certa folga fiscal". O correto é "existiu até pouco".

(grifos nossos)

Depois disto, vou esperar para ver se Augunto Nunes vai publicar um post sobre o erro de português de FHC, nos mesmos termos em que se refere a Dilma, Lula e Haddad e a qualquer um que cometa um erro no uso de nossa língua materna.

Admiro muitos dos textos de Augusto Nunes, mas este para mim foi um exagero. Acho que o colunista deixou suas preferências pessoais falarem muito alto.


P.S.: Não me espanta se alguém encontrar algum erro neste post, basta apenas apontar que vou logo corrigí-lo. Li o post mais de uma vez, mas, como estou com as palavras na cabeça, é quase certo que não vou me dar conta se algo aparecer errado. Enfim.

P.S. 2: Ele censurou minha solicitação (comentário) para publicar um post sobre este assunto em relação ao erro de FHC, nos mesmos termos. Qual será o motivo? (...).

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Lixo extraordinário

Há anos venho tocado neste ponto, mas como quase sempre, as coisas precisam acontecer em países desenvolvidos para que a nossa população e os governantes comecem a pensar no assunto. Somos atrasados em muitos aspectos por falta de ação.

O Brasil poderia já há alguns anos utilizar o lixo para produzir biogás e alimentar a frota de transporte coletivo, reduzindo os preços das passagens e a dependência de combustíveis fósseis, reduzindo as emissões de gases do efeito estufa (fora do ciclo), e utilizar em larga escala um sistema cíclico, renovável.

É alarmante ver os números divulgados na reportagem sobre a porcentagem de cidades brasileiras que efetuam a coleta seletiva, apenas 18% dos 5.656 municípios tem programas de coleta seletiva, e ainda sim, o sistema não funciona adequadamente. 

E muitas vezes a questão é apenas de vontade política, tecnologia e recursos humanos o país tem, e se necessário efetuam-se parcerias.

Leia mais: 

Brasil poderia seguir exemplo de cidade sueca para desenvolver seu modelo de gestão de resíduos sólidos urbanos, indicam especialistas

Agência FAPESP - 07/04/2011

Por Elton Alisson

Em Borås, na Suécia, a maior parte dos resíduos sólidos gerados pela população de cerca de 64 mil habitantes é reciclada, tratada biologicamente ou transformada em energia (biogás), que abastece a maioria das casas, estabelecimentos comerciais e a frota de 59 ônibus que integram o sistema de transporte público da cidade.

Em função disso, o descarte de lixo no município sueco é quase nulo, e seu sistema de produção de biogás se tornou um dos mais avançados da Europa.

“Produzimos 3 milhões de metros cúbicos de biogás a partir de resíduos sólidos. Para atender à demanda por energia, pesquisamos resíduos que possam ser incinerados e importamos lixo de outros países para alimentar o gaseificador”, disse o professor de biotecnologia da Universidade de Borås, Mohammad Taherzadeh, durante o encontro acadêmico internacional “Resíduos sólidos urbanos e seus impactos socioambientais”, realizado em 30 de março, em São Paulo.

Promovido pela Universidade de São Paulo (USP) em parceria com a Universidade de Borås, o evento reuniu pesquisadores das duas universidades e especialistas na área para discutir desafios e soluções para a gestão dos resíduos sólidos urbanos, com destaque para a experiência da cidade sueca nesse sentido.

De acordo com Taherzadeh, o modelo de gestão de resíduos sólidos adotado pela cidade, que integra comunidade, governo, universidade e instituições de pesquisa, começou a ser implementado a partir de meados de 1995 e ganhou maior impulso em 2002 com o estabelecimento de uma legislação que baniu a existência de aterros sanitários nos países da União Europeia.

Para atender à legislação, a cidade implantou um sistema de coleta seletiva de lixo em que os moradores separam os resíduos em diferentes categorias e os descartam em coletores espalhados em diversos pontos na cidade.

Dos pontos de coleta, os resíduos seguem para uma usina onde são separados por um processo ótico e encaminhados para reciclagem, compostagem ou incineração.

“Começamos o projeto em escala pequena, que talvez possa ser replicada em regiões metropolitanas como a de São Paulo. Outras metrópoles mundiais, como Berlim e Estocolmo, obtiveram sucesso na eliminação de aterros sanitários. O Brasil poderia aprender com a experiência europeia para desenvolver seu próprio modelo de gestão de resíduos”, afirmou Taherzadeh.

Plano de gestão

Em dezembro de 2010, foi regulamentado o Plano de Gestão de Resíduos Sólidos brasileiro, que estabelece a meta de erradicar os aterros sanitários no país até 2015 e tipifica a gestão inadequada de resíduos sólidos como crime ambiental.

Com a promulgação da lei, os especialistas presentes no evento esperam que o Brasil dê um salto em questões como a compostagem e a coleta seletiva do lixo, ainda muito incipiente no país.

De acordo com a última Pesquisa Nacional de Saneamento Básico (PNSB), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apenas 18% dos 5.565 municípios brasileiros têm programas de coleta seletiva de lixo. Mas não se sabe exatamente o percentual da coleta seletiva de lixo em cada um desses municípios.

Acredito que a coleta seletiva de lixo nesses municípios não atinja 3% porque, em muitos casos, são programas pontuais realizados em escolas ou pontos de entrega voluntária, que não funcionam efetivamente e que são interrompidos quando há mudanças no governo municipal”, avaliou Gina Rizpah Besen, que defendeu uma tese de doutorado sobre esse tema na Faculdade de Saúde Publica da USP em fevereiro.

Na região metropolitana de São Paulo, que é responsável por mais de 50% do total de resíduos sólidos gerados no estado e por quase 10% do lixo produzido no país, estima-se que o percentual de coleta seletiva e reciclagem do lixo seja de apenas 1,1%.

“É um absurdo que a cidade mais importante e rica do Brasil tenha um percentual de coleta seletiva de lixo e reciclagem tão ínfimo. Isso se deve a um modelo de gestão baseado na ideia de tratar os resíduos como mercadoria, como um campo de produção de negócios, em que o mais importante é que as empresas que trabalham com lixo ganhem dinheiro. Se tiver reciclagem, terá menos lixo e menor será o lucro das empresas”, disse Raquel Rolnik, professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP.

Nesse sentido, para Raquel, que é relatora da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre direitos humanos de moradia adequada, a questão do tratamento dos resíduos sólidos urbanos no Brasil não é de natureza tecnológica ou financeira, mas uma questão de opção política.

“Nós teríamos, claramente, condições de realizar a reciclagem e reaproveitamento do lixo, mas não estamos fazendo isso por incapacidade técnica ou de gestão e sim por uma opção política que prefere tratar o lixo como uma fonte de negócios”, afirmou.

A pesquisadora também chamou a atenção para o fato de que, apesar de estar claro que não será possível viver, em escala global, com uma quantidade de produtos tão gigantesca como a que a humanidade está consumindo atualmente, as políticas de gestão de resíduos sólidos no Brasil não tratam da redução do consumo.

O modelo de redução da pobreza adotado pelo Brasil hoje é por meio da expansão da capacidade de consumo, ou seja: integrar a população ao mercado para que elas possam cada vez mais comprar objetos. E como esses objetos serão tratados depois de descartados não é visto como um problema, mas como um campo de geração de negócios”, disse. 

Na avaliação de Raquel, os chamados produtos verdes ou reciclados, que surgiram como alternativas à redução da produção de resíduos, agravaram a situação na medida em que se tornaram novas categorias de produtos que se somam às outras. “São mais produtos para ir para o lixo”, disse.

Incineração

Uma das alternativas tecnológicas para diminuir o volume de resíduos sólidos urbanos apresentada pelos participantes do evento foi a incineração em gaseificadores para transformá-los em energia, como é feito em Borås.

No Brasil, a tecnologia sofre resistência porque as primeiras plantas de incineração instaladas em estados como de São Paulo apresentaram problemas, entre os quais a produção de compostos perigosos como as dioxinas, além de gases de efeito estufa.

Entretanto, de acordo com José Goldemberg, professor do Instituto de Eletrotécnica e Energia da USP, grande parte desses problemas técnicos já foi resolvida. 

“Até então, não se sabia tratar e manipular o material orgânico dos resíduos sólidos para transformá-lo em combustível fóssil. Mas, hoje, essa tecnologia já está bem desenvolvida e poderia ser utilizada para transformar a matéria orgânica do lixo brasileiro, que é maior do que em outros países, em energia renovável e alternativa ao petróleo”, destacou. 

O risco nuclear, por Joaquim Francisco de Carvalho


OGlobo - Publicada em 04/04/2011 às 18h41m

JOAQUIM FRANCISCO DE CARVALHO*

Fala-se pouco sobre a gravidade e o número de acidentes nucleares, mas a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) recebe cerca de 10 a 15 notificações, por ano. Os mais graves foram o de Three Mile Island e o de Chernobyl.

O de Three Mile Island por pouco não comprometeu a saúde de milhares de pessoas na Pensilvânia.

O de Chernobyl provocou a morte imediata de 47 funcionários e operadores que estavam na usina e de bombeiros que chegaram para combater as chamas. E a explosão de hidrogênio e a combustão da grafita usada para moderar aquele reator produziram uma nuvem que carregou produtos de fissão altamente ativos como o césio-137 e o estrôncio-90 para boa parte da Europa. Alguns desses produtos ainda são encontrados nos solos e contaminam alimentos na Ucrânia e na Bielorússia.

Outros acidentes sérios foram os de Forsmark, Tokaimura, Bohunice, Erwin e Mayak. Estes ficaram pouco falados, mas agora Fukushima vem lançar os acidentes nucleares às primeiras páginas.

Não existe máquina infalível nem obra de engenharia 100% segura. Haja vista os inúmeros acidentes de avião, automóvel e trem, que acontecem pelo mundo.

Os acidentes nucleares têm dimensões que os outros não têm. Eles se propagam pelo espaço - continentes inteiros - e pelo tempo (décadas, senão séculos).

Um desastre de avião, por exemplo, atinge diretamente os passageiros e, indiretamente, seus próximos, que ficam. Por mais traumático que seja, este tipo de acidente termina no local e no instante em que acontece.

Um acidente em central nuclear apenas começa no instante e no local em que ocorre. Alguns anos depois centenas de pessoas em regiões inteiras sofrerão males induzidos por exposição a radiações ionizantes. E em algumas décadas crianças nascerão com aberrações cromossômicas e desenvolverão leucemia e desordens endócrinas e imunológicas, provocadas pela absorção, por seus genitores, de doses de radiação acima do tolerável, como acontece até hoje em consequência de Chernobyl, com a população que permaneceu nas cidades próximas.

O Brasil não precisa correr o risco de acidentes em usinas nucleares, pois aqui a energia pode vir praticamente toda de um sistema hidroeólico, com mínima complementação térmica a gás natural. Dessa forma será possível "armazenar" parte do imenso potencial eólico brasileiro em reservatórios hidrelétricos, aumentando significativamente o fator de capacidade do sistema elétrico interligado.

* JOAQUIM FRANCISCO DE CARVALHO foi diretor industrial da Nuclen (atual Eletronuclear) e presidiu a comissão provisória criada pela Presidência da República para avaliar o acidente com césio-137, em Goiânia.

Código Florestal


O Estado de S.Paulo 05 de abril de 2011 | 0h 00

Xico Graziano
AGRÔNOMO, FOI SECRETÁRIO DO MEIO AMBIENTE DO ESTADO DE SÃO PAULO. 
E-MAIL: XICOGRAZIANO@TERRA.COM.BR 

Hora decisiva. Após uma década de infrutífero debate, finalmente o projeto do novo Código Florestal entrará em votação no Congresso Nacional. Tomara que saia redondo.

Mais proteção ambiental e maior produção rural. Aqui reside o dilema básico que tem polarizado a discussão política. De um lado, apertar o cerco contra os desmatadores e preservar a biodiversidade. De outro, valorizar a agropecuária e permitir avanços no agronegócio. A equação da agricultura sustentável.

Produção sustentável distingue-se de preservacionismo. Este supõe cessar o crescimento econômico, sufocar a produção e a renda rural. No cenário presente, crescendo a população mundial, com forte demanda de alimentos, a hipótese afigura-se irreal e ingênua. Uma posição elitista.

Difere, também, a produção sustentável no campo da agricultura extensiva e predatória, que caracterizou nossa história. O avanço tecnológico tem permitido enorme elevação da produtividade, economizando terra. Defender, em nome do combate à fome, o contínuo desmatamento das florestas soa ridículo. Uma posição retrógrada.

Nem um, nem outro. Os discursos polarizados contêm óbvios exageros, como afirmar que o risco urbano das enchentes se agravará por obra dos agricultores. Ora, o argumento serve para livrar a culpa dos inescrupulosos loteadores que, conluiados com o poder local, afincam precárias moradias nas bibocas íngremes ou nas barrancas dos rios. Quem ocupou e estragou o rio foi a cidade, não o campo.

Nessa matéria do Código Florestal existe um campo fértil de conciliação entre destruir ou preservar. O desenvolvimento sustentável configura o único caminho capaz de unir a ecologia, a economia e a sociedade. Fácil de falar, difícil de fazer.

Vamos à discussão prática. O relatório do deputado Aldo Rebelo, posto para votação na mesa da Câmara, consolida os retalhos da legislação em vigor e permite regularizar milhões de agricultores brasileiros, tachados de criminosos ambientais. De onde vem essa pecha negativa?

É fácil entender. A expansão histórica da agropecuária ocupou terrenos - várzeas, escarpas de serra, morros de altitude, beiradas de rios - que, segundo a compreensão ecológica atual, deveriam permanecer preservados. Encontram-se nessa situação, por exemplo, a pomicultura (produção de maças) catarinense, a rizicultura gaúcha e a cafeicultura - mineira, capixaba e paulista - localizada na região Mantiqueira.

Mais ainda: na agricultura familiar, pastos e lavouras não raro se estendem rente aos córregos, enquanto a legislação exige uma preservação mínima de 30 metros de distância da margem. Ora, se as pequenas propriedades, realmente, retraíssem suas roças e seu gado dessas áreas, ocupadas há dezenas de anos, pouco restaria do sítio para trabalhar. Melhor seria vendê-lo para algum ricaço dele desfrutar seu ócio.

Invocam, por aqui, com a ocupação dos brejos. Mas a agricultura surgiu no mundo ocupando exatamente as baixadas dos rios. Vide o Nilo, no Egito. Foi o solo das várzeas, enriquecido com sedimentos orgânicos, que permitiu originar a civilização humana. Portanto, é anti-histórico querer atribuir um "passivo" ambiental aos agricultores brasileiros que procederam copiando seus antepassados. Ônus, se houver, recai sobre toda a sociedade.

Os agricultores nacionais desejam continuar produzindo nessas áreas restritas, aceitando algum tipo de mitigação ou de compensação ambiental. No caso da inexistência da reserva legal, também topam ajudar a consertar o estrago passado. O que não admitem é ser tachados de malvados. Odeiam, com razão, esse discurso depreciativo, preconceituoso, que desmerece o papel fundamental da agropecuária na economia brasileira.

Por outro lado, nada de anistiar os desmatadores. Basta saber de quem estamos falando. De nossos avós, que abriram as fronteiras e sofreram de malária para impulsionar a Nação, ou dos picaretas que, mesmo conhecendo os requisitos da modernidade, insistem em queimar a floresta e o cerrado? Estes, os bandidos ambientais, merecem cadeia. Aqueles, os agricultores de bem, querem respeito.

Existem imperfeições no relatório Aldo Rebelo. A maioria delas pode ser eliminada com emendas de redação, oferecendo maior rigor aos conceitos, precisão nas normas. Para quem trabalha na "solucionática", consertar é possível. Quem gosta da "problemática" prefere vetar.

Parece-me, porém, existir um defeito grave a ser sanado: no capítulo VI, a partir do artigo 23, o projeto Aldo Rebelo retira dos agricultores a responsabilidade pela regularização ambiental, atribuindo-a ao Estado. Trata-se de um brutal equívoco, cuja consequência será um danoso imbróglio jurídico.

O poder público, incluindo municípios, pode e deve definir normas e diretrizes para promover a recuperação ambiental das áreas degradadas. Ademais, o governo deve ajudar os agricultores a fazerem sua lição de casa, com apoio técnico e com recursos financeiros. Mas o ônus jurídico da recuperação deve caber ao ente privado, pois afeta a função social da propriedade.

Ao votarem o novo Código Florestal, suas excelências precisam, acima de tudo, deixar uma segurança às gerações vindouras: qualquer modificação que venha a ser feita jamais poderá facilitar a supressão florestal no País. Ao contrário. A nova lei precisa oferecer garantias de que vai aumentar o rigor na conservação da biodiversidade. O resto se discute, e se acerta.

Ruralistas movem-se, ambientalistas articulam. Tenha uma certeza: esse assunto do Código Florestal somente se resolve com a derrota dos fundamentalistas, de ambos os lados. A vitória da sensatez criaria a síntese de ambos: o agricultor ecológico.

Conselho defende currículo flexível no ensino médio

Boa notícia para a educação brasileira, é um teste mas acredito que dará certo:


Valor Econômico - via JC e-mail 4232, de 05 de Abril de 2011.

O ministro Fernando Haddad deve homologar amanhã mudanças no ensino médio.

O Conselho Nacional de Educação (CNE) apresentará amanhã ao ministro parecer para tornar mais flexíveis as orientações curriculares do ensino médio brasileiro, ciclo educacional que concentra os piores indicadores de qualidade da educação básica no país. O professor Francisco Aparecido Cordão, conselheiro do CNE, explica que o documento permitirá que cada escola ou rede - municipal ou estadual - construa o próprio currículo, com ênfase no mercado de trabalho e em conteúdos de ciência, tecnologia ou cultura.

Segundo Cordão, o CNE estuda o tema desde 2008 com base nas experiências do programa do Ministério da Educação (MEC) Ensino Médio Inovador (EMI), que injeta recursos federais em escolas públicas com projetos de inovação curricular. "Percebemos que na hora que a escola proporciona um trabalho pedagógico realmente interdisciplinar, integrado com a realidade dos alunos, os resultados aparecem." Cordão acrescenta que o parecer foi aprovado por unanimidade pelos 27 secretários estaduais de Educação do país em reunião na semana passada. "Encaminharemos, agora, para homologação do ministro. Assim que ele assinar, a medida já estará valendo."

Na avaliação do CNE, a reformulação curricular do ensino médio forçará o MEC a reforçar suas ações. Segundo a pasta, o EMI repassou mais de R$ 30 milhões a 357 escolas previamente selecionadas em 18 estados, totalizando 296 mil matrículas.

A Escola Sesc de Ensino Médio, em Jacarepaguá, no Rio, aderiu ao EMI no final de 2009. A principal alteração do curso foi a mistura das matérias tradicionais com atividades extracurriculares e de capacitação profissional. Do total de alunos da primeira turma (2010), 90% passou no vestibular - 78% dos quais em universidades públicas. A unidade é o primeiro modelo de escola-residente do Sesc e atende alunos em tempo integral.

"Numa viagem para Ouro Preto, os alunos trataram da perspectiva histórica do país, também trabalharam a questão geológica e o turismo na região, focando o inglês. O currículo do EMI é referência porque o atual aprisiona. Aqui tentamos adaptar o conteúdo acadêmico à realidade dos alunos", ilustra Rosângela Logatto, assessora técnica da direção da Escola Sesc.

Pesquisadores brasileiros obtêm descendentes da única cabra capaz de secretar hG-CSF no mundo


Ascom do CNPq - via JC e-mail 4232, de 05 de Abril de 2011.

O Fator Estimulante de Colônia de Granulócitos humano (hG-CSF) é o medicamento mais utilizado no tratamento de diferentes condições de imunodeficiência e custa em média R$ 500 a ampola.

Atualmente, pesquisas com animais transgênicos são alternativas viáveis no desenvolvimento de novos medicamentos para o tratamento de diversas doenças em humanos. A transgênese em grandes animais, sobretudo em ruminantes, apresenta-se como uma importante aplicação biotecnológica para a produção de proteínas recombinantes em escala comercial.

Desde 1999, existe no Brasil uma parceria pioneira entre pesquisadores do Laboratório de Fisiologia e Controle da Reprodução (Uece/Favet), Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho (UFRJ) e Academia de Ciências da Rússia empenhados na produção de caprinos transgênicos que podem secretar o fator Estimulante de Colônias de Graunolócitos humano (hG-CSF), em seu leite.

Apoiado pelo Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) e pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) por meio do projeto Uso de biotécnicas da reprodução na multiplicação de caprinos transgênicos para o hG-CSF. A equipe do LFCR, coordenada pelo médico veterinário e pesquisador do CNPq, Vicente Freitas, trabalha para aumentar o número de descendentes das linhagens dos animais fundadores, obtidos pela técnica de microinjeção de DNA em embriões pró-nucleares.

"De uma maneira resumida, cabras doadoras de embriões são induzidas para superovular com uso de hormônios. Essas cabras são cobertas por bodes fertéis e algumas horas após a fecundação faz-se a colheita cirúrgica dos embriões recém-fecundados. Os embriões são levados a um microscópio, acoplado a um micromanipulador, aonde é realizada a microinjeção. Após este procedimento, os embriões são transferidos para cabras receptoras que levarão a gestação até o parto. Após o nascimento, um teste de DNA detecta os animais transgênicos", explica Freitas.

A transgênese em mamíferos para produção de biorreatores apresenta um grande potencial em relação ao método tradicional - cultivo de bactéria ou células de mamíferos -, pois produzem uma proteína mais similar à natural e de maneira mais econômica. "De forma geral os medicamentos assim produzidos seriam mais eficientes e baratos", afirma o pesquisador.

A proteína hG-CSF é um medicamento importado amplamente utilizado devido à sua comprovada eficiência contra diferentes formas de neutropenia e leucopenia, induzidas por quimioterapia. Existem duas apresentações do remédio: o Filgrastim e o Lenograstim, ambos custam em média R$ 500 a ampola.

Produção - A cabra geneticamente modificada foi submetida a uma lactação induzida (sem a necessidade de uma gestação) e produz cerca de 630 microgramas de hG-CSF por mililitro (ml) de leite, o que equivale a quase duas ampolas do medicamento disponível no mercado. Um paciente, normalmente, é submetido a um tratamento completo de 14 ampolas. "Hipotetizando uma recuperação de 100% da proteína no leite, só sete ml do leite de nossa cabra seria suficiente para um tratamento. Imagine que esta cabra pode produzir até um litro de leite por dia e ter uma lactação que dura em torno de 150 dias. Dessa forma acreditamos que um pequeno rebanho transgênico pode atender à necessidade de hG-CSF do Brasil" ressalta Vicente.

Após a colheita do leite e purificação da proteína é que o medicamento poderá ser produzido. Contudo, antes da comercialização virá uma etapa muito longa que é a validação com a realização de testes pré-clínicos, clínicos, e etc. Para produção da proteína em escala comercial será necessário um número adequado de cabras lactando e secretando a proteína recombinante em seu leite. Para este objetivo estão sendo utilizadas duas estratégias: Utilização do sêmen do macho transgênico para fecundação de cabras não transgênicas; e Produção de embriões da fêmea transgênica (após fecundação com sêmen de macho não transgênico), com sua posterior transferência para cabras receptoras. As estratégias tem se mostrado eficientes, em menos de um ano de projeto o grupo já obteve descendentes tanto para o macho como para a fêmea transgênica.