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sexta-feira, 18 de março de 2011

Os físicos e o escândalo dos cartões corporativos

O tão conhecido "escândalo dos cartões corporativos" parece ter criado uma "febre" por furos de reportagens que acabou por atingir cientistas do CBPF (Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas) no Rio de Janeiro.

O fato de existir um "escândalo dos cartões corporativos" deve ser visto como um ponto positivo em muitos casos, porque o tal escândalo, a descoberta de uso indevido do dinheiro, ocorre justamente pela facilidade em rastrear as operações efetuadas através do cartão. E o mau uso deve ser punido.

No anseio por um furo de reportagem ou por denunciar um suposto mau uso da verba pública, um jornalista publicou em seu blog em Fevereiro de 2008 uma denúncia sob o título "Kit Pelada" envolvendo o CBPF.

Não consegui localizar a reportagem, pois parece que o autor apagou-a de seu blog após a seguinte resposta do diretor do CBPF:

ou

O Cartão Corporativo e as Instituições de Pesquisa (15/02/2008)

Mensagem de Ricardo Magnus Osório Galvão, diretor do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF):

“Todos os administradores de órgãos do Governo Federal, em particular os diretores de instituições científicas, concordam que o cartão corporativo é um instrumento eficaz na gestão pública.

De fato, processos simples como a compra de componentes elétricos e eletrônicos, insumos químicos e pagamentos de pequenas despesas eventuais, que fazem parte do dia-a-dia de laboratórios científicos, ficariam extremamente complicados sem a existência do cartão corporativo.

A acusação de uso indevido do cartão por alguns Ministros e altos funcionários do Governo Federal tem levado a propostas intempestivas e simplistas de cancelamento desse instrumento. Considero que para as instituições de pesquisa isto seria um grande retrocesso, aumentando substancialmente o já pesado fardo burocrático que os pesquisadores enfrentam para executar seus projetos científicos.

Naturalmente, estamos todos de acordo que os casos de uso indevido do cartão têm que ser rigorosamente apurados e os responsáveis punidos. No entanto, uma boa parcela da imprensa brasileira tem uma veia sensacionalista incontrolável e irresponsável que leva a uma apresentação exagerada e nada esclarecedora da questão.

Isto faz com que o público em geral não saiba que todas as compras feitas com o cartão corporativo são comprovadas com a apresentação de notas fiscais, inclusive as que envolvem prévio saque em dinheiro para pagamento em estabelecimentos que não aceitam o cartão, e fiscalizadas pelo Tribunal de Contas da União.

No dia 11 de fevereiro, o Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas e o Observatório Nacional foram vítimas desta imprensa sensacionalista e irresponsável. Usando um estilo sarcástico e covarde, o jornalista Luiz Queiroz publicou em seu Blog Capital Digital, do Portal Convergência Digital (http://www.convergenciadigital.com.br), acusações de uso indevido do cartão em compras efetuadas por funcionários destas unidades.

O mais preocupante é que funcionários idôneos são relacionados como responsáveis pelas compras suspeitas, sem nenhuma averiguação mais aprofundada.

No caso do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas, com o título jocoso de “Kit Pelada”, o jornalista lançou suspeitas sobre compras feitas por um funcionário na loja “Sub Center Artigos Esportivos”, sem nem ao menos cotar o valor da compra.

Caso o Sr. Queiroz fosse um profissional honesto, antes de acusar uma das instituições científicas de mais alto nível da Ciência Brasileira, teria averiguado o objeto da compra feita numa loja de artigos desportivos. O objeto da compra foi um gazebo (barraca) para abrigar um experimento sobre o efeito do campo magnético na orientação de volta ao ninho da espécie Acromyrmex de formiga.

O experimento está sendo realizado no jardim interno do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas, onde pode ser visto por qualquer pessoa interessada, sob a coordenação das pesquisadoras Eliane Wajnberg e Darci Motta.

Os resultados preliminares foram apresentados no XXV Encontro Anual de Etologia, realizado em São José do Rio Preto, SP, na semana de 14 a 17 de novembro do ano passado. O custo do gazebo foi de R$ 232, 00 e é fácil perceber que uma compra deste tipo é facilitada pela existência do cartão.

Espera-se que este episódio sirva para alertar as autoridades para que não deixem que a pressão de uma imprensa alarmista leve à adoção de medidas nefastas para a gestão pública.”

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Segue também outra manifestação no Boletim da SBF (Sociedade Brasileira de Física):


Resposta à resposta do jornalista Luiz Queiroz (sobre a discussão do uso do cartão corporativo por algumas instituições de pesquisa publicada no boletim eletrônico 004/2008 pelo diretor Ricardo Galvão)

sobre a "farra do cartão corporativo" de algumas instituições de pesquisa

eh, Luiz Queiroz... pelo visto, você é bem parecido com a maioria de seus colegas de profissão: não sabe fazer e receber críticas? nunca li sua coluna/blog... na verdade nunca tinha ouvido falar seu nome até este episódio, mas - como você bem fez - posso pressupor que na hora de escrever em seu blog, você se sente o dono do mundo e escreve o que bem entende, sem se importar com os resultados, sem se importar com a verdade! você simplesmente pega um dado isolado e o interpreta da maneira que bem entende, interpretação que dá o sensacionalismo que o povo gosta e que vende seu jornal/site (viu como é bom receber críticas de alguém que você não conhece e que não te conhece?)... pois bem, na hora em que alguém se defende de acusações sem base (não me venha falar que um simples dado retirado de um site do governo pode lhe fornecer TODAS as informações necessárias para uma acusação deste porte) afirmando de forma sincera e honesta - sim, pois o diretor do CBPF nada mais fez do que interpretar SUAS palavras - você se sente ofendido, humilhado, se esquecendo que foi você quem "começou a briga"! não se importando com as ofensas que você mesmo fez!! para piorar, ainda faz piada com o trabalho dos outros - sim, pesquisa é trabalho! "provavelmente" mais importante que a desinformação que você transmite... vou lhe dar um conselho: volte para a faculdade, reveja os conceitos do que é um jornalismo sério, do que é ética, ou melhor, do que é jornalismo, da importância que sua profissão tem para o país! aí, depois a gente conversa...

Julio Tedesco
Físico
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