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terça-feira, 29 de março de 2011

Desarmamento nuclear: Quem aceitará o desafio de Ban Ki-moon?

 Quem aceitará o desafio de Ban Ki-moon?


    NY contra a bomba nuclear


O secretário geral da ONU desafiou os países signatários do Tratado de Não Proliferação Nuclear a respeitar os compromissos de desarmamento. “Um falhanço nesse objectivo será um passo atrás”, disse.

A declaração de Ban Ki-moon foi proferida na cerimónia de abertura da conferência quinquenal através da qual os 189 países signatários do citado Tratado (TNP) deverão renegociá-lo no sentido de reforçar a segurança mundial e alcançar o desmantelamento dos arsenais nucleares. Nos termos do artigo IV do próprio TNP, as renegociações deverão ter como objectivo o desarmamento nuclear global.

O TNP foi assinado em 1970 e de então para cá as sucessivas reuniões de renegociação não têm evitado a expansão das armas nucleares e o reforço dos arsenais das potências dominantes. Apesar das palavras do secretário geral da ONU, as expectativas em relação à actual sessão, que terminará a 28 de Maio, não são elevadas depois das posições assumidas pelas principais potências na recente reunião de alto nível convocada por Barack Obama em Washington. De acordo com episódios que antecederam a conferência e com o clima da sessão de abertura é de esperar que os trabalhos incidam sobre a questão de o Irão pretender ou não fabricar armas nucleares. O presidente iraniano negou essa intenção durante a primeira sessão dos trabalhos, a decorrer nas instalações das Nações Unidas em Nova Iorque, mas os representantes dos Estados Unidos, do Reino Unido e de França abandonaram a sala.

Não estão presentes em Nova Iorque países nucleares que não são signatários do TNP e que mantêm os seus arsenais atómicos operacionais como são os casos da Índia, do Paquistão e de Israel. Estão presentes países que teoricamente não possuem armas nucleares mas que as têm instaladas nos seus territórios com possibilidade de as utilizar, como são os casos da Bélgica, Holanda, Alemanha, Itália e Coreia do Sul. Estas situações não são reconhecidas e assumidas pela comunidade internacional.
O Movimento dos Países Não Alinhados vai apresentar à conferência um projecto de desarmamento nuclear global até 2030, que implica também a aceitação por todos os subscritores do tratado de 1996 que proíbe os testes nucleares. Nas anteriores sessões de negociações as principais potências têm-se recusado a aceitar propostas que estipulem prazos para o desarmamento.

A Pressão da sociedade civil

Antes da reunião oficial decorreu, também em Nova Iorque, uma reunião de activistas dos movimentos da paz e do desarmamento de todo o mundo que pretenderam demonstrar aos governos como seria possível, e melhor, um planeta sem armas atómicas.

Mais de 1500 pessoas participaram na conferência de organizações não governamentais “por um mundo livre de armas nucleares, pacífico, justo e sustentável”. Centenas de sobreviventes dos holocaustos de Hiroshima e Nagasaki estiveram presentes para testemunhar as suas dramáticas experiências.
No centro das discussões plenárias e efectuadas em grupos de trabalho esteve a abolição das arma nucleares mas também a relação entre a guerra e a violação dos direitos civis e entre a guerra, a destruição ambiental e a devastação social.

O secretário geral das Nações Unidas esteve presente nos trabalhos e elogiou os movimentos da paz pelo seu trabalho contínuo apesar de a maior parte das vezes os seus apelos não serem ouvidos pelos governos. Ban Ki-moon salientou a importância do papel da sociedade civil na luta pelo desarmamento e relembrou que o objectivo das negociações sobre o nuclear é efectivamente o desarmamento global e controlado, como prevê o próprio TNP, embora isso nem sempre esteja nos horizontes dos negociadores.
Reiner Brown, membro da coligação de 25 organizações pacifistas que promoveram a reunião, declarou que “queremos um mundo sem pobreza, sem fome, sem injustiça social e sem destruição da natureza. De um modo dialéctico: um mundo justo só é possível com paz e, por outro lado, a justiça é impossível sem paz. E, em ambos os casos, os direitos dos homens e das mulheres são uma parte essencial”.

O Partido da Esquerda Europeia esteve presente na conferência de organizações governamentais e os seus representantes participaram também no desfile de mais de dez mil pessoas que decorreu domingo entre Times Square e o edifício das Nações Unidas.

Fonte:
http://www.beinternacional.eu/pt/noticias/531-quem-aceitara-o-desafio-de-ban-ki-moon

MAIS INFORMAÇÃO:
http://www.european-left.org/nc/english/home/news_archive/news_archive/zurueck/latest-news-home/artikel/no-nukes-no-wars-fund-human-needs-protect-the-planet/

http://www.european-left.org/nc/english/home/news_archive/news_archive/zurueck/latest-news-home/artikel/control-is-important-but-not-enough-abolition/

http://peaceandjusticenow.org/wordpress/

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