Postagens mais recentes

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Sociedade: Crimes na USP caem após morte de estudante, resultado do policiamento no campus

Isto é um dado muito interessante, pois os "intelequituais" das universidades conseguiram banir a polícia dos espaços universitários públicos de todo o Brasil, com desculpa na Lei e em argumentos insustentáveis.

Mais abaixo segue a reportagem que originou este post.

Para muitos, a polícia no campus universitário representa "repressão", resquício da "ditadura militar" e coisas do tipo. Mas, pensemos de maneira sensata: 

- o que ocorre com um espaço público sem policiamento?

- o que leva alguns grupos de estudantes e funcionários a serem contra a presença da polícia no campus?

Em geral, as respostas dos críticos variam entre: isso é coisa de gente com ideologia de esquerda; isto é coisa de baderneiros; ou ainda, isto é coisa de gente que quer consumir drogas na universidade sem ser importunada pela polícia. Há ainda, como na reportagem abaixo, quem mantenha o discurso de que a presença da polícia no campus “é uma forma de afronta à liberdade da faculdade...".

Afronta a liberdade? Que liberdade? Então a presença da polícia nas ruas é uma forma de afronta à liberdade das ruas, à liberdade da cidade, à liberdade dos bandidos, dos consumidores de drogas, afinal, eles também pagam impostos (quando compram no supermercado, abastecem automóveis, etc). Raciocínio estranho!

Independente do motivo ou da resposta, somos totalmente favoráveis ao policiamento das universidades. Quem não deve, não teme a presença da polícia! Em universidades federais, somente a polícia federal tem acesso aos espaços universitários, em geral, a PM só pode entrar com autorização (e assim, alguns grupos utilizam esta brecha para pressionar reitores a não autorizar a presença da PM nas universidades).

Se um assalto ou furto está a ocorrer enquanto você passa pelo local e vê a cena, você acha que vai poder ligar para a PF e eles vão aparecer rapidinho? Eles têm mais o que fazer. Isto é trabalho para a PM e em certas cidades, para a Guarda Municipal. Eles devem ser chamados, e ter acesso ao espaço universitário como a qualquer espaço público da cidade onde está instalada a universidade.

Em espaços universitários são comuns furtos de equipamentos, roubos, estupros, sequestros, venda e consumo de drogas, etc. Não entendo como pode alguém ser contra a polícia no campus, que justamente dificulta a existência (e continuidade) de tais ocorrências.

E os dados, embora sejam referentes a poucos dias, já mostram o resultado positivo e esperado: que bandidos que antes sabiam não haver policiamento na USP a se sentiam bem a vontade, agora não agem tão livremente como antes. 

Isto deve ser repetido em todo o país, mesmo contra uma minoria que articula protestos contra a presença da polícia no campus, e depois reclama justamente da polícia e dos políticos pela criminalidade nas cidades. A polícia não é 100% de certeza de segurança, mas sem ela é 100% de certeza de insegurança.

Polícia no campus já!

Confira um levantamento prévio, com bons resultados para a USP:


29 de junho de 2011 | 23h42
LUÍSA ALCALDE - Jornal da Tarde / Estadão

Quarenta dias após a morte do estudante Felipe Ramos de Paiva, da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA), e a intensificação do policiamento no câmpus da Universidade de São Paulo (USP), na zona oeste da capital, os crimes caíram cerca de 60% na Cidade Universitária, segundo estatísticas da corporação.

O período analisado no levantamento compara os 40 dias antes do assassinato do estudante com os 40 dias após sua morte, no dia 18 de maio. Dados da PM mostram que os assaltos caíram de 7 para 2 casos, furtos de 46 para 28 (a maioria teria ocorrido no interior das faculdades), roubo e furtos de carro caíram de 21 para zero, homicídio de 1 para zero e sequestro de 1 para zero. Em relação a furtos, houve redução de 39,1%. Dos 28 casos ocorridos nos 40 dias após a morte do universitário, apenas três se deram em local público.

Além de comemorar os bons resultados, o major William Evaristo Wenceslau, subcomandante do 16º Batalhão da PM e responsável pelo patrulhamento da USP, já fala em “quebra de tabu” sobre a histórica aversão à presença de PMs no câmpus. “Pelo menos de boa parte da comunidade acadêmica”, ressalva.

O “termômetro” usado pelo oficial para medir essa aceitação são os chamados que os PMs têm recebido no dia a dia. “Antes éramos acionados para intervir depois que os delitos já haviam ocorrido. Agora, são frequentes as ligações de estudantes, professores e funcionários que observam pessoas em atitudes suspeitas e nos procuram para averiguarmos”, afirma.

Uma viatura e oito motos da PM circulam no câmpus das 6 horas às 23h30 diariamente. Viaturas da Guarda Universitária também patrulham o local. Quem estuda ou trabalha na USP já se sente mais seguro. Os estudantes peruanos de pós-graduação em Ciências da Computação Jorge Luis Guevara Diaz, de 31 anos, e Leissi Margarita Castañeda León, de 23, não se sentem mais receosos de andar pela USP à noite. “Antes da presença da PM, após as 21 horas as ruas eram desertas”, disseram.

Anita Leal, de 21 anos, que faz iniciação científica em Biologia também tem visto mais carros da PM circulando. “Estou mais tranquila agora”, disse. O estudante de Ciências Sociais Luis Serrao, de 25 anos, acha que a segurança melhorou sobretudo para quem se desloca de carro na universidade. Por outro lado, avalia, “é uma forma de afronta à liberdade da faculdade. Afinal, para que servem as câmeras da USP?,” questiona. Amanda Francisco, de 17 anos, trabalha no Hospital Veterinário e disse não ter visto mais ou menos policiais no câmpus. “Para mim, está igual”, disse.
A assessoria de imprensa da USP afirmou, por nota, que a universidade só se manifestará sobre segurança no câmpus após formalização do protocolo junto à Secretaria da Segurança Pública, sem data definida.

---x---

Interessante comentário de um leitor:


30/06/2011 - 05:06 - Enviado por: Eduardo

É interessante como a sociedade brasileira possui memória curta. Estudei na USP e me lembro muito bem, como se ainda fosse hoje, o dia em que Reitoria decidiu criar a tal Guarda Universitária em colaboração com a PM. O projeto previa treinamento e equipagem dos policiais (até cheguei a ver viaturas da PM com o escrito “Guarda Universitária”).

A Reitoria tomou tal atitude após, entre outros fatos, ter ocorrido tiroteio em uma festa (costumeiras na Universidade) dentro do Campus. Foi a notícia correr (sobre o projeto) e as primeiras viaturas começarem a circular pelo Campus que os protestos começaram. Alunos e funcionários fizeram greve, bloquearam vias da USP e até invadiram a Reitoria em reinvindicação da retirada da PM da USP.

Esta minoria (como sempre) de baderneiros dizia que Polícia na Universidade é coisa de Ditadura e que os alunos sentir-se-iam reprimidos pela presença policial no Campus (leia-se: com a Polícia na Universidade não se pode fumar aquele “baseadinho” entre as aulas).

Depois de muito quebra-pau, a Reitoria decidiu voltar atrás, retirou a PM do Campus (péssimo erro!) e contratou uma empresa particular de segurança. Resultado: aumento dos gastos da Universidade e piora na segurança. O que me pasmou nesta história toda foi que a Sociedade queria culpar a Reitoria por descaso, quando na verdade a mesma apenas acatou aquilo que seu ilustres discentes solicitaram.

Ah…antes que alguém fale que sou de direita ou capitalista ou contra comunista, lembre-se que já estamos em 2011, que a Guerra-Fria já acabou faz tempo, que o muro de Berlin já caiu há 20 anos, que a China Comunista é o país mais capitalista da atualidade e que olhar para só para o passado nos impede de progredir para o futuro! Vamos parar com essa balela de direita x esquerda e, de uma vez por todas, começar a pensar como podemos, unidos, melhorar esse país!

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe seu comentário aqui. Críticas, sugestões. Seu feedback é importante para nós.