No segundo "especial" sobre a Líbia, um ponto de vista oposto ao apresentado anteriormente. Uma entrevista com o filho de Osama bin Laden, que ideologicamente, mostra-se em lado oposto ao seu pai.
Omar bin Laden filho de Osama: “Quero ir prender Kadhafi”
Encontramo-nos num pequeno hotel de Doha, capital do Qatar, cujo nome Omar não quer ver publicado. Ele e a mulher, Zeina, britânica convertida ao Islão, temem que tentem matá-los.
02/04/2011 – Expresso – Portugal
Henrique Cymerman, enviado ao Qatar
Em 2009, enviados de Bush bateram-lhe à porta. Que queriam?
Levar-me para os EUA, sob proteção, em troca de ajuda para encontrar o meu pai. Disse que não. É meu pai, sou filho dele e, regra geral, um filho gosta do pai e respeita-o, embora possa discordar, muitas vezes, das suas ideias. Saí do esconderijo do meu pai com 20 ou 21 anos. Não foi por ele, quis apenas voltar a casa e fazer-me à vida.
Que pensa do terrorismo?
Não apoio a violência, os ataques e esse tipo de coisas, exceto se autorizados pelos grandes governos, por bons motivos, como sucede na Líbia. A ONU usa o seu exército para procurar a paz.
Onde estava a 11 de Setembro de 2001 e como se sentiu?
Não quero falar muito disso. Não sei quem está por trás do atentado, ponto final. É um tema doloroso.
Não sabe mesmo?
Não é isso que importa. É um tema velho e falar dele não fará bem a ninguém. O que importa é que não estou de acordo com este ato. Morrem inocentes por todo o mundo, é certo. Sinto o mesmo por todos eles, judeus, palestinos, americanos, afegãos, iraquianos... são seres humanos.
O seu pai ficaria desiludido com essas palavras, depois de o ter treinado?
Não tenho recados para o meu pai, vivo no meu mundo e ele, no dele.
Que pode fazer contra a violência?
Depende do estado do país e das pessoas. Às vezes recorrem à força por terem sido expulsos de casa, e aí há que usar a força para repor a justiça. Já os que usam a força só porque querem controlar o mundo, sem razão, violam os direitos humanos.
Há, então, ocasiões em que é legítimo a Al-Qaeda recorrer à força?
Da Al-Qaeda não sei. Parece que estão em muitos países e fazem muitos planos... alguns são amáveis, outros malvados, outros religiosos, outros terroristas, outros razoáveis. Todos deixam as suas famílias e recebem a hospitalidade do meu pai, com quem ficam.
Acha que o seu pai está vivo?
Não sei, mas acredito que sim.
Recebeu alguma mensagem dele desde que saiu do esconderijo?
Não. Nisso sou igual a si. Recebeu alguma mensagem do meu pai?
Não. Mas fica triste ao falar dele...
É muito enervante. Só dou a entrevista por crer que é para o bem de todos.
Justificou o ataque a Kadhafi. Apoia as revoluções árabes?
Em muitos países há povos que se unem para derrubar governos. Não é o caso da Arábia Saudita. Agradeço ao rei Abdallah, que Deus o abençoe e à família Saud. São justos, por isso não têm problemas. Benditos sejam o povo do Qatar e o emir Hamed, que luta pela paz. Graças a Deus a situação no Golfo Pérsico é boa. No Norte de África é diferente, há lutas, porque os líderes erram e fazem o povo passar fome. Só têm duas hipóteses: consertar o que está mal ou dar o lugar a alguém que o povo tenha escolhido. Combater o povo, matá-lo... não é bom. Os outros países devem corrigir tais situações.
Então apoia a revolução no Egito?
O povo egípcio poderá responder-lhe. É legítimo depor Mubarak mas não seria expulsá-lo ou desrespeitá-lo, pois dedicou toda a sua vida à presidência. Tem direito a morrer na pátria.
É necessário derrubar Kadhafi?
Tanto ele como o filho cometem atos terroristas contra civis. De início, os cidadãos não quiseram depô-los, mas por fim não tiveram outra alternativa.
Deve ser detido?
Sim. Se o rei saudita consentir, irei pessoalmente prendê-lo.
E se o seu filho Ahmed, de 7 anos, perguntar quem tem razão, o pai ou o avô?
É cedo para lhe falar dessas coisas. Nunca conheci um terrorista em toda a vida. Bom... Alguns, talvez, mas afastei-me. Direi a Ahmed que não se torne terrorista. Devemos ser gente normal que vive uma vida normal.
Mudava o seu passado se pudesse?
O que passou, passou. Em dezembro o Qatar adere à Aliança de Civilizações da ONU e, se quiserem, posso ser enviado para o Médio Oriente. O mundo inteiro tem de agir em nome da paz.
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Cuidado, o islam é muito hábil a enganar e no oportunismo.
ResponderExcluirE maomé até assassinou allah